quinta-feira, janeiro 12, 2006

 

Deutschland Über Alles



Estrala a bomba e o que parecia que era... se calhar não é.

Nem tanto o andarmos cegos aos interesses que cada Nação sempre tem (e muito bem) e que fatalmente condicionam a sua acção. Sempre foi assim, sempre há-de ser e quem não o saiba ou admita anda cá só a engonhar.

Mas mais o ver os resultados do jogo clássico, repetitivo e global de atirar areia para os olhos do anónimo, criando os bonecos dos "maus" e dos "bons", classes aliás sempre clarificadoras de quem somos "nós, os nossos e os que pensam como nós" e de quem são "os outros, estranhos e estrangeiros à forma correcta de pensar".

E a chamada Guerra do Iraque não trouxe excepção!
Basta dar uma leitura no Der Spiegel, para ver santinhos de pé-de-barro às piruetas no altar.

É que aquando da invasão do Iraque, o jogo foi jogado com paradas altas.

Dum lado os vítimas ofendidas, em busca de uma justa reparação que não obtida seria conquistada pela força (ficando por contar para não estragar o arranjo gráfico outros eventuais interesses pequeninos na campanha). Sendo os demais débeis colaboracionistas com regimes terroristas e sanguinários.
Doutro lado, os guardiões da civilidade ocidental e do Direito, opositores à violência entre Estados e em particular à presente (ficando por contar os interesses em satisfação no Iraque de Saddam e as eventuais oportunidades desperdiçadas para atalhar um problema em escalada e sem resolução). Sendo os demais bárbaros modernos dificilmente merecedores de respeito como Nação.

Mas ao passo que os burros na água de Bush saltaram, e saltam ainda, pela evidência aos olhos do mundo, ficaram no morno do roupão e da pantufa as falhas, as incúrias, as responsabilidades dos "do outro lado", dos que se lhe opuseram formalmente, de formas mais ou menos correctas - as Franças, as Rússias, as Alemanhas, as Chinas,...

Quando afinal, nem é certo que houvesse sequer "oposição"!

É por isso muito interessante haver quem denuncie que estas coisas dos extremismos (mesmo os de luva branca e etiqueta, sem turbantes e outros kitsch culturais) é sempre tiro que mais tarde ou mais cedo sai pela culatra de quem o dispara.

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