quarta-feira, abril 26, 2006

 

O Que É Nacional Não É Bom?

O Serviço de Informações de Segurança produziu mais um relatório. (Eu nem sabia que ainda havia disso... O SIS, quero eu dizer!)

Informa ele então que "há cada vez mais jovens a aderir a movimentos nacionalistas".
O que se traduz num "factor de risco efectivo", não sendo porém uma "ameaça para a democracia portuguesa".

O que suscita algumas questões.

1 - Qual o alarme de haver "cada vez mais jovens a aderir a movimentos nacionalistas"? Isso não é bom?
Não passamos uma fase flat e estúpida em que cada vez mais percebemos menos o que temos em comum e o que nos une como povo? Não é bom haver juventude a aderir ao nacionalismo?
2 - Qual a razão aparente para que só o extremismo de esquerda possa vingar em Portugal?
(Ainda estou hoje a tentar perceber como um PSR se sentou no Parlamento democrático do meu País.)
Coitadinho do extremismo de direita, que em Portugal nem direito tem de constituição, associação ou expressão.
Coitadinho.
3 - Qual o motivo para considerar que o "nacionalismo" é um fenómeno "de direita"? (Vão ver à Bolívia e venham cá contar!)
Na volta, as claques de bola estão é a ser infiltradas por trotskistas barbichudos ou por maoístas encadernados.
4 - De que provas complementares precisamos para estabelecer de uma vez a correlação entre a obssessão clubista e a atrofia mental?
5 - Deve falar-se de "factor de risco" quando se fala em grupos nacionalistas?
É que eu conheço essa dos "factores de risco" da alimentação rica em gorduras saturadas... Ou do fumo de tabaco sem juízo. Ou de não beber leitinho na conta devida...
E não quer dizer que se esses grupinhos aumentarem eu passo a ter osteoporose, fico hipertenso ou fico com os dentes amarelos...
6 - Como não são "perigo para a democracia", para a minha democracia diária, movimentos que pregam a segregação e a violência? (Não, por acaso não estava a falar do Bloco de Esquerda, mas é uma associação interessante...)
É que não me livro de um destes dias ser eu "a etnia" ou o "grupo social" brindado no caritativo sorteio caucasiano... E lá estou eu na mira desses democratas.
7 - O que é que eu beneficio - a sério! - em ter ao meu serviço o SIS?
Não, não estou a dizer "ter um Serviço de Informação", estou a dizer... o SIS! e mais as suas brilhantes conclusões, superiormente esgalhadas.

A resposta a estas e outras questões igualmente pertinentes, talvez no próximo relatório.

 

A Melhor Defesa É o Ataque

Notícia hoje posta a correr dá conta de que o Sr. Ministro da Defesa Luís Amado (leia-se "o Governo socialista da Nação") quer vender património do Ministério para compensar custos.

O Sr. Ministro propõe-se elaborar a lista de imóveis que podem ser postos a render na praça...
... E o Sr. Deputado social-democrata "Jorge Neto diz que esta é uma boa medida, mas que o "trabalho de casa" foi feito pelo PSD".

Ora, isto é uma grande palhaçada ou é só impressão nossa?

É que tínhamos ficado com a impressão nítida de que os senhores socialistas abominavam a venda de património aleatória para tapar buracos de orçamento. Ou fomos nós que não percebemos bem?
A rejeição filosófica desta via deu inclusive origem à (já por nós amplamente referida) absurda cifra de Défice Orçamental previsto por este Governo para este ano - sem recorrerem às malfeitorias de tesouraria dos mafarricos dos direitas - sobre a qual têm insistentemente vindo a elaborar discurso.

Bem podem estes gajos destrunfar os eufemismos do "rentabilizar", do "libertar", do "reduzir", "gerir", "integrar", "reequilibrar", "requalificar", ou qualquer outro termo do palavreado de que são cheios e fartos.

O que interessa é o critério com que se diz e se faz.
E até prova em contrário (cada vez mais difícil de fazer) o Sr. Ministro (leia-se "o Governo socialista da Nação") fez o Auto-de-Fé das Receitas Extraordinárias quando lhe conveio e à primeira oportunidade faz igual ou pior do que quem antes esteve.

Não importa se é "correcto ou incorrecto" ir pelo caminho das televendas.
Importa é saber até onde está disposto a ir este Governo para fazer o seu lugar nos limites da decência.

Porque, se o que conta é só o dinheiro, a melhor verba para a Defesa era andar no Ataque.

terça-feira, abril 25, 2006

 

As Bocas da Reacção

Foi outra vez 25 de Abril.
Houve outra vez a habitual parada das carcaças da democracia pelos corredores da Assembleia da República e do País.
Ficámos muito alegretes por um dia.
Amanhã há outra vez banho de realidade na Terra.

Mas assinala-se a primeira empreitada abrílica do novo Presidente da República.
E devo reconhecer (um bocado contrafeito) a qualidade que continua a manter um homem que não vai lá pelo 31-de-boca e se guia pela sua cabeça.
"Cravo na lapela? Vocês são é parvos!"
A festarola fez-se na mesma e quem teve posição a marcar marcou-a.
[Para além do ponto marcado contra a suposta "equipa da casa". ]

Além disto, reacções ao discurso do Presidente da República. As previsíveis.

Dum lado, os "populares" a reconhecer-lhe a importância da temática da inclusão social, os sociais-democratas a acharem actual e oportuna a preocupação social, os socialistas (pela boca do Sr. Primeiro-Ministro) a garagtir que o discurso legitimou as opções já tomadas e a tomar pelo Governo.
Doutro, os comunistas a não largarem o osso estafado das pretensas culpas governativas do agora Presidente da República (pelo que nunca mais será senhor de dizer ou fazer o que quer que seja até à morte), da mudança do modelo económico e social, e da injustiça na repartição da riqueza, e os bloquistas a resistir de pés fincados à ideia do "consenso" nacional (aliás a sobrevivência do Bloco depende de não haver nunca consensos sobre nada).

Apenas como curiosidades maiores, refira-se que Jerónimo de Sousa ficou desencantado porque do discurso não transpareceram novas políticas para alterar o estado das coisas (descobrindo nós que, afinal, Cavaco Silva ainda está no Governo), e que Francisco Louçã considera pouco credível um "pacto nacional" entre todas as forças sociais para resolver o que poder politico não conseguiu (um verdadeiro homem de fé - em si mesmo).

...E a má-criação recorrente (pela escusa de termo menos brando) de as bancadas da Esquerda (a sério) se furtarem repetidamente a aplaudir as intervenções do Presidente da República, uma visita no seu espaço de trabalho (!!...), ali ao vivo e a cores - dissertando neste caso APENAS sobre evidências, como sempre convém à situação.

Diz-se que fica com quem o faz.

segunda-feira, abril 24, 2006

 

Uma Notícia que Espanta

Chegou ao conhecimento deste blog uma notícia que espanta.

Segundo ela, Portugal "não tem capacidade para combater tráfico de humanos".
Segundo um relatório divulgado pela ONU, Portugal não tem os mecanismos certos para combater o tráfico de seres humanos e patati e patatá...
!

Onde é que já se viu este espantoso esbanjamento de recursos dos nossos media?

Num País normal, qualquer órgão de informação teria tido a sensatez de aproveitar a embalagem para dar todas as informações complementares.

A saber: que Portugal não tem capacidade para combater o tráfico de droga, o tráfico de armas, a fuga ao fisco, a pedofilia (a sério, não a "pedofilieta da treta"), a criminalidade violenta, a corrupção, o abuso do álcool, a praga incendiária, que não tem capacidade para se orientar, organizar e governar, que não tem capacidade de aproveitar os seus recursos, que Portugal não tem capacidade de mobilizar e potenciar o seu capital humano, que não tem capacidade de afirmação anímica e muito menos exterior, que não tem capacidade para se auto-analizar sem criar três Gabinetes de Apoio a duas Equipas de Acompanhamento de uma Comissão Especial de Preparação da recolha de informação, que Portugal não tem capacidade para assegurar a sua própria viabilidade.

Uma Informação incompleta, esta...

Mas um País que é o nosso.

 

24, 25, 26 e "Esta Porcaria"

Este é mesmo o País do chinfrim.
Uns começam (são os especialistas).
Outros alardeiam (são os especializados).
Outros metem-se ao barulho (os espigadotes).
E nós a ver. Tristes.

Mas é verdade que a nova "polémica" de João Jardim tem uma forte base de sustentação:
1 - não está a promover nada fora da esfera dos poderes e obrigações de que está investido;
2 - sendo homem livre de pensar e dizer o que bem lhe apetece (...se não lhe dessem tanta corda e houvesse menos histeria seria muito mais fácil apontar-lhe nos momentos certos o que lhe sai de ofensivo, lesivo e intolerável!) está no seu direito de cidadão de o concretizar em palavras e actos;
3 - aquilo que ele diz sobre o assunto em causa é exactamente o que pensa a maioria dos Portugueses anónimos, honrados, fiadores desta República vadia, rôta, trôpega e mal maquilhada.

Confirmemos.

Diz o Sr. Presidente do Governo Regional, das comemorações do 25 de Abril de 1974, que a Madeira é livre de não aderir às tradicionais festividades, por decisão da Assembleia Legislativa da Madeira.
Está certo.

Pretende que a Madeira é livre de não aderir às comemorações, sem ter de se sujeitar aos mimos sentenciosos, recriminatórios, injuriosos, petulantes e inopinados (João Jardim não é o único boçal português...) dos senhores bem-pensantes da Nação, que ao fazê-lo se comportam como "fundamentalistas do regime" que não concebem o desvio à SUA norma.
É verdade.

Afirma que, nos "25s de Abris", Portugal não se interroga SÉRIA, APROFUNDADA E RESPONSAVELMENTE sobre a concretização física na vida do País da bagagem de promessas que uma Revolução trouxe a cidadãos ansiosos, e se encontram 30 anos depois amplamente por cumprir.
Que o País [POLÍTICO] se limita a celebrar oficial, faustosa e obssessivamente figuras vivas que realizaram a Revolução, num ritual de reverência terceiromundista, um ciclo patologicamente fechado sobre um grupo de homens tornado pelo tempo e pelas circunstâncias uma meia-dúzia de garnizés que se bajula mecânica, servil e masturbatoriamente.
Tem toda a razão.

Acusa o País de "estar afogado em problemas" e dever preocupar-se em perceber de que forma uma espécie de "Revolução nunca acabada" em 1974 foi início de um novo ciclo político e simultaneamente origem de deformações sociais de que padecemos ainda hoje, que nos prejudicam e que teimamos em não corrigir.
Quem desmente?

De facto, como defender a razão liminar das "sessões evocativas", do "espectáculo hipócrita" concebido, montado e dirigido a muitos que pouco ou nada fizeram (ou fazem) para que ESTE Portugal se ultrapasse?

O País está reduzido a "esta porcaria", como o homem diz e bem!!
Não adianta ficarmos a contar trocos, a brincar com datas - "24", "25", "26 de Abril", "fascista", "democrata", "tu não festejas", "eu festejo", etc. - como faz o Sr Jacinto Serrão, líder do PS-Madeira.

Portugal precisa cada vez menos de festarolas privadas e cada vez mais de quem dê um murro numa mesa muito mal frequentada, completamente carunchosa e onde um País mal cabe para comer sem miséria.

 

Olha, Afinal o Taliban Sou Eu!...

Após tanta injustiça, de chamar "fundamentalistas", "intolerantes, "brutamontes", "cavalgaduras", a bloggers meus vizinhos, eis que se fez luz!

Não é que o "fundamentalista" sou eu?
É que se ser taliban é estar "contra governos e povos Ocidentais", eu estou lá!

É certo certinho que mais "contra" certos Governos Ocidentais não podia estar e contra aquilo que são ou se tornaram alguns povos Ocidentais, idem!

...Em Lisboa, onde é que se compra um bom turbante?

domingo, abril 23, 2006

 

Comoção Coltural

Alguém que tenha uma ponta de humanidade e espírito cultural não ficou indiferente ao raid da Srª Ministra da Cultura Isabel Pires de Lima a dois serviços pediátricos hospitalares no Dia do Livro.

Contudo, o motivo das visitas ficou carecido de esclarecimento...

A Srª Ministra foi aos hospitais "promover o livro e a leitura junto de crianças hospitalizadas".

Não se percebeu se as "crianças hospitalizadas" (que o são, espera-se sempre, só por meras horas ou dias) têm por princípio algo diferente das outras: se menores recursos económicos ou culturais, se uma menor escolarização ou se menos hábitos de leitura!...
Algo que preocupasse tanto um Ministério que justificava uma "acção de rua" da tão sempre ocupada Srª Ministra da Cultura junto deste "tipo de crianças carecidas de ler".

Devendo haver outra explicação, foi a Srª Ministra da Cultura àqueles hospitais "assinalar o Dia Mundial do Livro"?

Não se percebeu se os hospitais são por excelência locais propícios à leitura ou com um simbolismo literário que escapa à maior parte das pessoas.
...Ou se terá a Srª Ministra apanhado o que estava à mão, num estuporado dum Dia do Livro que calhou ao Domingo não havendo portanto outras criancinhas para chatear, nem em escolas, nem em bibliotecas, ...?

Haveria sempre a possibilidade de justificar a deslocação da Srª Ministra com a "doação de títulos de literatura infanto-juvenil a unidades de Pediatria"...
Mas não podemos crer que este Governo decida casuisticamente! É que a Srª Ministra não foi senão distribuir 200 livros, numa manhã de "trabalho", por dois sítios por onde por acaso passou.
Se tal acontecesse pareceria que a Srª Ministra andava com aqueles livros na bagageira e teve ali uma oportunidade de os despachar! - não pode ser.

Permanecem portanto as dúvidas.

Certo é que quem faz o bem não receia crítica.
A atestá-lo, esteve o comunicado prévio do MC aos media, adiantando a visita mas também a dádiva que haveria de ser feita; notícia por antecipação, aliás, que os media obedientes se deram ao luxo de reproduzir exactamente nesses termos, pondo-nos a Cultura à frente a cano de revólver!

sábado, abril 22, 2006

 

Mai' Nada!

FCP - Campeão Nacional 2005-2006

 

Uma Efemérdia para o Sr. Ministro

17 anos depois do dia dos "Secos e Molhados" (para o nosso povo tudo é paródia...) na Praça do Comércio, repetiu-se a presença de polícias frente ao MAI, descontentes com a forma como o Governo da Nação os trata.

Mas mais "moção reivindicativa", menos "entrega no MAI", foi substancialmente diferente o cenário de hoje.
Não houve confusões nem confrontos com o Corpo de Intervenção da PSP, cães, jactos de água ou bastões, tendo-se tudo passado na paz dos anjos.
É certo a acção reivindicativa de hoje se materializou num desfile (como os organizadores se encarregaram de esclarecer), não uma manifestação!..., que isso era coisa de outros tempos.
Certo, também, é que hoje o "desfile" não contou com a presença de agentes armados, como há 17 anos.
Pelo que não houve necessidade de intervenção para dispersar o protesto.

Hoje os tempos são outros, de serenidade e rosas.

Contudo, lá tem de haver um Ministro PS que borra a bucólica pintura.
No caso, o Sr. Ministro da Administração Interna António Costa, que com a bocarra que se lhe conhece teve de dar largas à sua soberbazinha mal atada.

Quando um cromo como esse, investido das responsabilidades de que está, proclama a propósito:
"A manifestação é-me indiferente" ou que ela é apenas
"o assinalar de uma afeméride", merece(ria) tudo o que num País normal acontece a um político destes.
Mas não sendo esse o nosso caso, pode descansar (como vem descansando há décadas).

Uma nota apenas para os "senhores polícias" (pelo menos alguns)...
Lembrá-los que quando em Novembro de 2004, sob pretexto de insatisfações diversas e similares, se manifestaram com as suas proles por Lisboa, houve quem quisesse apanhar o expresso do chiqueiro e alvitrar que o que se passava era culpa dos malandros do Governo de então - e que como os outros é que eram bons, havia que escolhê-los logo que possível!
E como diz o outro, "cada um tem o que merece".

Para o Sr. Ministro: uma grande efemérdia.

quinta-feira, abril 20, 2006

 

Reacção para Lamentar

Ficaram mais sossegados os cidadãos ao saber que os Srs. Deputados da Nação, seus eleitos e representantes democráticos, reuniram em seminário sob o tema "Ética e Política".
E mesmo que o referido seminário soasse um pouco a Baile Anual da Associaçao Recreativa (realizou-se como comemoração dos 10 anos da Comissão de Ética do Parlamento), foi uma iniciativa digna de louvor.

...Sendo que este seminário teve lugar coladinho à vergonhosa falta de quorum para diversas votações em Plenário, registada com estupefacção pelo País dois dias antes, o que lhe conferiu um simbolismo acrescido.

Mas notável foi a forma como os diversos partidos "com assento" reagiram ao referido vergonhoso episódio, encharcados ainda do espírito ético da participação no encontro.

Antes de todos, reagiu o Sr. Presidente da Assembleia da República Dr. Jaime Gama.
Este Sr., já chamado "Peixe de Águas Profundas" ( "Limpa-Fundos", para os amigos), desafiou os Deputados a propor reformas para o seu regime estatutário, aproveitando a maré reflexiva.
Mais. Achou o Sr. que os líderes parlamentares deveriam aproveitar a oportunidade do colóquio "para transporem para a opinião pública as ideias que têm sobre estas matérias e as propostas concretas de reforma que serão capazes de apresentar". Isto é, deveriam, em vez de aproveitar o momento conjunto de auto-reflexão (?), aplicar-se a passar as suas mensagens publicitária individuais para o público atento!
GANDA ÉTICA!!

Regiu também o líder da maioria PS, Dr. Alberto Martins.
Propõe o Sr. que o Parlamento tenha menos sessões plenárias por semana (isto é, daquelas cujas presenças foram controladas!!) "e que estas sejam reservadas para o debate mais político, sem debates extremamente técnicos, jurídicos, legislativos". Que as sessões plenárias devem ser dedicadas ao "debate que privilegie a oralidade, a reflexão espontânea e o confronto".
O que interessa manter no Hemiciclo é portanto a "converseta", a "boca mandada" e a "porrada".
Ou seja, fica no Hemiciclo a lavagem de roupa suja politico-partidária e para as Comissões Parlamentares o debate estruturado e aprofundado (?...).
GANDA DIGNIFICAÇÃO DO PARLAMENTO AOS OLHOS DO CIDADÃO!!

Reagiu também o líder da bancada PSD, Dr. Guilherme Silva, Vice-Presidente da AR.
Segundo este Deputado, os responsáveis pelo sucedido são os Deputados... porque não assumiram que era melhor ter fechado o estaminé durante a Semana Santa!! - o que até era hábito acontecer.
Em contrição, analiza: "E depois ficamos admirados quando temos este resultado dos deputados não estarem lá. Fizemos tudo para que isso acontecesse". E tem toda a razão. Em qualquer local de trabalho só se contabilizam faltas se se estiver em laboração! Se o estaminé estiver fechado, não há faltas!!
Este homem é um génio!
Segundo o Sr., os deputados só não tomaram a decisão de fechar o Parlamento porque não quiseram ser rotulados como "malandros".
(Estratégia de total sucesso, aliás. Hoje, de facto, não são rotulados de"malandros"; são-no de "malandros baldas".)
GANDA SERIEDADE!!

Os Srs. continuam a achar que são uns sacrificados por estar onde estão...
E nós continuamos contentes, com estes ricos momentos de reflexão (?) em que se acaba ainda pior do que se começou.

quarta-feira, abril 19, 2006

 

Monstruosidades e Maternidades

Temos uns media tão porreiros!...

Não estão mesmo lá para dar cabo da cabeça de ninguém.
Sobretudo se for alguém do(s) Poder(es).

Foi tão interessante ouvir dizer que as grávidas que até aqui tinham crianças em Elvas "passam a poder escolher entre Portalegre, Évora ou Badajoz" (isto é que é melhoria da qualidade de vida, passar a "poder escolher"!)...

...Como o foi ouvir dizer que "o Benfica já só está a dois pontos de conseguir alcançar o segundo lugar"!!

É a grande vantagem de haver um falar e dois entenderes.

 

Este Sim, Um Genocídio

Foi lançado um alerta pelo Instituto de Conservação da Natureza: segundo o qual "quase metade das espécies de vertebrados em Portugal está em risco, em especial devido à destruição dos seus habitats".

É fácil de entender.

Neste País, os vertebrados não encontram com facilidade habitat onde vinguem.

Por muitos e variados motivos: a construção, os incêndios florestais, as alterações na agricultura, a perseguição, as doenças e o aparecimento de espécie exóticas...
Muitos são os contributos e incentivos para a prevalência dos invertebrados nesta terra.

Vamos ficar parados a ver isto acontecer, do Continente às ilhas?

 

Economia de Boca

Segundo o Boletim da Primavera divulgado pelo Banco de Portugal,
"Os desenvolvimentos recentes da economia portuguesa caracterizam-se pela ausência de uma recuperação sustentada" (sic).

Conclusão já bastante esperada para quem andasse atento às modas...
Sabia-se que o alento económico dos últimos anos dependera directamente dos níveis de consumo (público e privado), mais que do aumento do nível de exportações (titubeante) e tão desejado equilíbrio do Défice Externo.
E diminuído o poder de compra e investimento... houve menos consumo.

Sabia-se que não era apenas pela maior colecta fiscal obtida em 2005 (a maior desde há seis anos, data em que o Sr. Engº António Guterres começou a destruir o que poderia ter sido uma economia nacional sustentável) que se equilibrariam as contas do Estado, uma vez que o nível do défice orçamental andou longe de controlado, devido ao "rápido crescimento da despesa" (sic).
(E nem o travesti do suposto défice orçamental previsto dos 6,8% escusou ao presente vexame de 6% em 2005! Quando em 2004, sem as malfadadas medidas extraordinárias ele teria ficado em 5,3%!!)

Sabia-se que a Taxa de Desemprego subiu de 6,7% em 2004 para 7,6% em 2005 (com a agravante inclusive do aumento dos encargos com Subsídio de Desemprego, que subiu em 8,5%).

Sabia-se, como sempre se soube, que a chave está na produtividade. Que caiu de um aumento de 1% em 2004 para um de 0,4% em 2005!

De tudo isto, resulta uma paisagem retratada previsível de retoma económica nula, como fica patente num crescimento ridículo do PIB de 0,3%, contra um já débil 1% em 2004...

Tudo previsto...

O que é espantosa é a reacção do Sr. Ministro das Finanças Teixeira dos Santos!
Quando lhe perguntam se os dados apresentados pelo Banco de Portugal (isto é, a sua obra, a vergonha da sua cara), são preocupantes... o rematado imbecil responde "Não estou preocupado"!!!

Diz o senhor que "está confiante no crescimento da Economia", que "Portugal está no bom caminho e que os efeitos da retoma e das medidas implementadas pelo Governo vão acabar por ser sentidos", que "temos de esperar algum tempo para que as medidas que visam a contenção e redução de despesa surtam efeito"...

Mas nada disso desmente que haja uma Economia portuguesa real que os cidadãos sentem e uma Economia de Boca com que o Sr. Ministro da Economia se contenta.

 

Falta de Educação

Portugal poderia não ter o que têm os Países normais porque é caro.
O que é mais grave é não ter o que está ao alcance de qualquer um e ainda assim... nem por isso.

Por exemplo, a Educação.
Dito de outra forma, um Ministério da Educação de jeito que oriente decentemente a formação do País futuro.

Já não falo da forma cavalar como o ME tem introduzido alterações ao Ensino mandadas sobre as escolas sem anestesia, à revelia de quem lá está e por lá anda, num timing que só o ME percebe... (Deseducadamente, portanto.)
[Quem tenha PROFESSORES NA FAMÍLIA pergunte-lhes lá como é!]

Falo do tempo, energia e meios que o Ministério da Educação desbarata (sem modos nem asseio) a engendrar e propagandear tretas sobre uma educação que toda a gente sabe que assim não vai lá.

É giro que se pretenda socorrer os espoliados portugueses no custo excessivo dos materiais escolares, introduzindo por isso medidas de trocas de manuais que o desagravam.
Mas é deseducado, à vista de todos, fingir que a Educação Obrigatória não tem OBRIGAÇÃO DE SER GRATUITA, brincando com a tropa e chamando-nos estúpidos.
Ou fingir que adianta alguma coisa um manual andar em bolandas de pai para filho quando a lógica dos manuais é a da compra-desgaste-descarte pela forma como estão concebidos e são utilizados, não tendo havido ainda uma palavra sobre isso.

É giro a Srª Ministra da Educação, sem grandes maneiras, pretender ser a senhora mais honrada, falando da seriedade e transparência da nova maneira de se escolher manuais, havendo agora uma certificação prévia por "comissões".
Mas segundo procurei saber como nunca houve essas "comissões", eram as escolas que analizavam os manuais antes de os escolher, dando conta das suas análises ao ME... Agora, vão duplicar trabalho ou vão escolher sem dar contas?

Seria giro, se não fosse mal-criado, um Ministério da Educação continuar no terceiro período(!) a introduzir avarias num Ano lectivo em curso.
Parece que uma resma de professores previamente deslocados de escolas com autorização DESTE Ministério da Educação foi mandada de volta AGORA às escolas de origem sem nenhuma satisfação.

Por tudo isto, outras que lá vão e muitas que estão para vir, não há nada de bom a esperar de QUATRO ANOS deste Ministério sem nenhuma Educação.

domingo, abril 16, 2006

 

De Portugal para o Mundo

Recebemos recentemente uma mensagem dos nossos correspondentes do Mosteiro de Fan-Chuang.

Pediam-nos informação sobre a existência de blogs portugueses sobre questões relacionadas com espiritualidade e misticismo.
Parece que estão interessados em lançar-se em mais uma vertente hi-tech da sua mongice patrocinada pela UNESCO, mas com base noutras experiências de sucesso.

Infelizmente, a resposta que temos é que nem por isso...
Blogs sobre espiritualidade e misticismo, conhecemos poucos.

Mas se mudarem de ideias e quiserem exemplos de blogs experimentais de atentado à fé dos outros, há algumas referências que podemos fornecer.

Entretanto, de Lisboa para Jin-Mi Sah, um grande Zai hui.

sexta-feira, abril 14, 2006

 

All They Need Is Love

Duas notícias apareceram na imprensa com igual relevo, não tendo percebido ninguém que as separava a relevância dum mundo.

Segundo a primeira delas, os nossos governantes passarão a viajar em classe turística na Europa.
Isto está mau de finanças e no apertar é que está o ganho.

Segundo uma outra notícia, basta a palavra dos deputados para justificar as suas faltas às sessões do Plenário.

Ora, separa-as algo fundamental que é o Amor.
Sim, que coração de político também sabe amar e precisa de calor...

É importante que se poupem uns cobres, muito importante mesmo, portanto corta para a frente! (Assim como assim, já somos vistos como uns pelintras na Europa dos Grande, que mais pelinterice menos pelintrice só pode mesmo acrescentar a rol dos apelidos o de miseráveis demagogos.)
Fora isso, coração de político não se comove com ninharias...

Importante, ainda mais, é mesmo o Amor que o político sente nos momentos difíceis.
A confiança dos seus (digamos...) iguais na sua árdua empresa.
O incentivo carinhoso a fazer mais e melhor com a camisola das quinas.
O político precisa destas provas de solidariedade da parte da Nação, o poder dar a sua palavra e que ela baste a quem a recebe como moeda forte e de valor universal. O político..., que tanto trabalha para que a sua palavra ostente esse elevado valor.

Amemos os nossos políticos.
Demos-lhes a nossa confiança.
Eles, que precisam tanto daquele abraço...
PUM!

(Isto fui eu a dar um tiro na estúpida da minha cabeça.)

 

Vítimas de Violência

1 - Vítimas de violênica são todos os necessitados do apoio terminal do Estado Português e que por isso se colocam nas suas competentes mãos para lhes ser supostamente aliviado o sofrimento.

2 - Vítimas de violência em dobro são aqueles que sendo primeiro vítimas de uma violência elementar o são de novo quando despojados de dignidade por uma putativa correcção legal e justa da violência do mundo, que não serve ninguém com a sua incúria.

3 - Vítimas de violência inconscientes são todos os que se deixam levar pelo alarve e obsceno politicamente correcto, simulando escândalos orquestrados como forma de aniquilar a dúvida, aliviar a consciência e dormir melhor uma automática e asséptica noite de paz. Confundindo e deixando confundir naquilo é questionável, aquilo que é execrável e aquilo que é são.

4 - Vítimas de violência somos todos nós. Nas mãos de DEFICIENTES MENTAIS POR VOCAÇÃO, como o Sr. Ministro do Trabalho e da Solidariedade Social, Vieira da Silva, que questionado sobre o polémico Acórdão, respondeu cobardemente sobre "orientações que existem no seu Ministério" para o tratamento de situações como as que suscitaram o processo legal, e que "não competia ao Governo concordar ou não concordar com as decisões dos tribunais". (Ainda há alguém que consiga fazer chacota em terreiro sobre a cabeça na areia da Diocese do Porto e Cª. sem mexer primeiro e em particular neste esterco laico, republicano e público?)

Como resto, a citação alimária do Sr. Ministro, que, pelos vistos, é adepto - para além de praticante - da violência psicológica.

«A única coisa que quero dizer sobre esse assunto é que as orientações, do ponto de vista do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social [...] é que todos os instrumentos de disciplina que sejam necessários devem ser implementados, mas que isso não deve, em nenhum caso, incluir violência física.»

 

O Rebenta-Ministérios

Quem é coisa quem é ela,
Que tem como seu condão
Explodir o que tutela,
Tudo em que põe a mão?

Vale-lhe sempre um amigo,
Que lhe dá um empurrão
Sabendo que só traz consigo
Estupidez e ambição.

Quer dizer que não faz nada?...
Faz, mas não é p'rá Nação.
Entre uma e outra burrada,
Dá tachos à congregação.

 

Como a Sardinha, Antes de o Ser Já o Era

Pela boca do Sr. Presidente da Associação Nacional de Freguesias foi anunciado à cidade ao mundo, com pompa e dramatismo, que os possuidores de aves de capoeira teriam até dia 21 de Maio de 2006 para RECENSEAR os bichos.
Uma forma de ter debaixo de olho as eventuais bestiolas propagadoras da maleita gripal que grassa pelo mundo.

Aparentemente uma medida gigantista, dado o País que somos e a eficácia que temos nestas coisas - quantos são os gatos e os cães registados nesta terra?, quantos os animais perigosos registados como tal?, e quantos os animais de espécies proibidas que há nas casas de família por aí?...

...mas de dificuldade só aparente!
Sendo a ANAFRE a dar a notícia, espera-se que seja o tecnicamente habilitado pessoal das Juntas de Freguesia a andar de bloco na mão a aferir, lá na terrinha, do galináceo oculto atrás da moita, a conferir se cada um já foi à inspecção e a acertar permanentemente a conta dos presentes, dos ausentes, dos manjados e dos falecidos de causas naturais.
(Para mais, Armando Vieira, Presidente da ANAFRE, conta com a inestimável colaboração "dos párocos" para o sucesso da iniciativa - e tanta gente ainda diz mal do clero!...)

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Contudo, passa um dia e - maldito desgoverno! - depressa houve um desmentido da parte da DGV ("de Veterinária" e não "de Viação"!!), no sentido de contradizer a notícia.
O próprio Director-Geral de Veterinária garantiu não haver qualquer prazo definido para o recenseamento.

O que é lamentável.
Assim se impedem uns momentos valentes de reinação e pagode por este País fora, para um povo tão carecido deles.

Mas sempre se aproveita a confirmação do adágio do "Antes de o ser...".
"Antes de termos um processo à portuguesa... Tivemos um processo à portuguesa".

terça-feira, abril 11, 2006

 

Polémica!

O Governo Português encontra-se de novo envolvido em enorme polémica.
Desta feita, pela pessoa do Sr. Ministro da Justiça Dr. Alberto Costa, após a publicação da fotografia ao lado.

A controvérsia estalou quando o País observou o Sr. Ministro da Justiça a tentar tomar posse do Sr. Director Nacional da PJ, Alípio Ribeiro.

É do conhecimento geral do público mais atento aos canais de cabo que no mundo animal os machos que se encontram em posição mais elevada no grupo fazem o que lhes dá na bolha aos de inferior estatuto, devendo estes sujeitar-se.
Contudo, o povo português esperaria de uma figura do Executivo um puco mais de recato, cordialidade e meiguice.

 

"Estou sim?... Posso Dizer a Frase?..."

Mais um momento singelo dedicado à beleza da música e do bom gosto.

segunda-feira, abril 10, 2006

 

Não, Por Acaso Não...

...Não estou a ter um ataque de socialismice revoluça!
É só o que se podia chamar "espírito cívico" a vir ao de cima.

Em França, por força de uma mobilização inacreditável (para um português...), determinada opção política foi revista e rejeitada.

Num País em que a tradição manda que nunca se decida nada, que ao decidir-se não se ouça ninguém, que ao aplicar-se uma medida venham para a rua ganir as corporações interessadas e interesseiras, e em que perante a contestação ou se volta atrás com as (brilhantes e reflectidas) decisões ou se persiste por orgulhinho pipi, o caso francês pode causar estranheza.

Mas é só porque não estamos habituados a um normal funcionamento democrático das instituições e da sociedade!

É pena não estarmos num País a sério.
É pena não sermos (NÓS, TODOS) cidadãos a sério.
Porque do caso francês poderíamos tirar lições para a nossa própria casa.

Histórias à parte (e apesar de os franceses e a França merecerem frequentemente umas boas taponas naquela tromba chauvinista) fica um enérgico... "Allez la France"!

Mas não é que o nosso Primeiro-Ministro Sr. Engº José Sócrates tinha de ir meter a pata na poça??? Como é possível ter um sentido de timing pior que este???

Quando o cavalheiro se encontra na França e "realça a sintonia do governo socialista português e do executivo de direita francês liderado por Dominique de Villepin", não está mesmo a pedir sarna para se coçar?


 

"V" de "Vão Lá Ver Para Abrirem a Pestana"

"As pessoas não devem ter medo dos seus Governos. Os Governos devem ter medo das pessoas."

Este é um filme mais que uma pipoca à Hollywood.

Uma história de ficção num quadro real.
Uma distopia futurista num presente indeterminado.
Uma narração do violento sem recurso à violência.

Acima de tudo, uma condenação do totalitarismo e um apelo à resistência.

"Remember, remember, the 5th of November."
Por exemplo o célebre 5 de Novembro de 1982 em que o Sr. Presidente da República Gen. Ramalho Eanes alertava o País para "o perigo da concentração do poder nas mãos dos Partidos".

Para Ver e abrir a pestana.

domingo, abril 09, 2006

 

Agrupamento Cornófilo Português - Assembleia Geral


Narciso Onofre, Presidente da Mesa da Assembleia do Agrupamento Cornófilo Português, convoca, nos termos dos seus Estatutos, uma Assembleia Geral de Associados para 5ª feira, dia 13 de Abril de 2006, com a seguinte Ordem de Trabalhos:


1 - Relatório de Actividades;
2 - Alteração de Estatutos;
3 - Outros Assuntos.


Como Relatório de Actividades, compreende-se a apresentação aos Associados da lista de actividades desenvolvidas no Primeiro Trimestre de 2006 pela Direcção do Agrupamento no sentido do desenvolvimento, da defesa e da promoção da cornofilia em Portugal, uma vertente cultural tão castiça e marialva, mas tão desprezada nos tempos modernos do politicamente correcto.
Acreditamos no encornamento como forma de preservação da nossa cultura.
Apostamos no Encornado como produto artesanal com potencial comercial e turístico.
Lutamos por um subsídio estatal à encornadela (devidamente certificada) como estímulo ao surgimento de novos talentos nesta área.

No Ponto da Alteração de Estatutos, será posta à consideração dos Associados a necessidade urgente de estendet à internet a acção do ACP.
Não é aceitável que uma instituição com a sua tradição se veja superada pela promoção do encornamento feita por e em blogs manifestamente leigos na matéria.

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