terça-feira, abril 25, 2006

 

As Bocas da Reacção

Foi outra vez 25 de Abril.
Houve outra vez a habitual parada das carcaças da democracia pelos corredores da Assembleia da República e do País.
Ficámos muito alegretes por um dia.
Amanhã há outra vez banho de realidade na Terra.

Mas assinala-se a primeira empreitada abrílica do novo Presidente da República.
E devo reconhecer (um bocado contrafeito) a qualidade que continua a manter um homem que não vai lá pelo 31-de-boca e se guia pela sua cabeça.
"Cravo na lapela? Vocês são é parvos!"
A festarola fez-se na mesma e quem teve posição a marcar marcou-a.
[Para além do ponto marcado contra a suposta "equipa da casa". ]

Além disto, reacções ao discurso do Presidente da República. As previsíveis.

Dum lado, os "populares" a reconhecer-lhe a importância da temática da inclusão social, os sociais-democratas a acharem actual e oportuna a preocupação social, os socialistas (pela boca do Sr. Primeiro-Ministro) a garagtir que o discurso legitimou as opções já tomadas e a tomar pelo Governo.
Doutro, os comunistas a não largarem o osso estafado das pretensas culpas governativas do agora Presidente da República (pelo que nunca mais será senhor de dizer ou fazer o que quer que seja até à morte), da mudança do modelo económico e social, e da injustiça na repartição da riqueza, e os bloquistas a resistir de pés fincados à ideia do "consenso" nacional (aliás a sobrevivência do Bloco depende de não haver nunca consensos sobre nada).

Apenas como curiosidades maiores, refira-se que Jerónimo de Sousa ficou desencantado porque do discurso não transpareceram novas políticas para alterar o estado das coisas (descobrindo nós que, afinal, Cavaco Silva ainda está no Governo), e que Francisco Louçã considera pouco credível um "pacto nacional" entre todas as forças sociais para resolver o que poder politico não conseguiu (um verdadeiro homem de fé - em si mesmo).

...E a má-criação recorrente (pela escusa de termo menos brando) de as bancadas da Esquerda (a sério) se furtarem repetidamente a aplaudir as intervenções do Presidente da República, uma visita no seu espaço de trabalho (!!...), ali ao vivo e a cores - dissertando neste caso APENAS sobre evidências, como sempre convém à situação.

Diz-se que fica com quem o faz.

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