sexta-feira, janeiro 13, 2006

 

Neo-Colonialismo Primário


"A história do Dakar começou em 1977, quando o piloto francês Thierry Sabine escapou por muito pouco de morrer no deserto. Ele participava do Rally Abidjan-Nice na categoria motos, quando se perdeu no deserto do Saara.
Como na época não havia uma estrutura de socorro eficiente, as buscas foram encerradas sem sucesso depois de 3 dias. Quando Sabine se preparava para cometer suicídio, um avião monomotor avistou o piloto e o salvou da morte.
Apesar do sofrimento, o francês apaixonou-se pelo deserto e imaginou uma forma de transmitir as suas emoções. Pensou então em uma prova que saísse da Europa e atravessasse a África. Nascia, então, o maior rally do mundo."
E o resto é história.

Uma certa história...

É que essa coisa do Paris-Dakar (entretanto tornado variantes geográficas folclóricas diversas) não passa de uma reminiscência colonialista nascida de uma nostalgia europeia de África, materializada, em nome de uma massa de sonhadores urbanos castrados e pelintras, por umas mãos-cheias de heróis - leia-se criançolas serôdias, mimadas e esbanjadoras, encarregados de "deslumbrar quem fica"...

África tem esse fascínio, dizem-me a mim, que disso nada sei...

Mas por falar em "socrático", e ter tudo a ver, o Dakar uma espécie de "safari capado", tão capado como os safaris ecológicos de Primeiros-Ministros em pousio e outros cromos civilizados afins, que ao queimarem umas litradas de combustível fóssil comungam, em excursão de harmonia, da vasta essência da Natureza.

E depois, absurdos como o que foi hoje notícia.

Um jovem guineense foi mortalmente atropelado pelo OSC Oscar, nº 420 na prova, da dupla letónia Maris Saukans e Andris Dambis. Boubacar Dilallo foi atingido pelo automóvel quando, vindo ver a passagem do Dakar, atravessava a estrada com o seu pai...

Caprichos do destino?
Eu chamo-lhe, como expliquei, outras coisas.

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