quarta-feira, março 08, 2006

 

Adeus e Vai pela Sombra


Portugal está muito penalizado com a despedida ao Dr. Jorge Sampaio.
(À hora que é, creio até que já nem vou almoçar.)

Fica uma singela palavra de desprezo por alguém que (bom socialista) quis estar bem com tudo e todos, representar o supra-paizinho conciliador, e acabou por se ridicularizar a cada esquina.

No fito da "Presidência de Todos os Portugueses" (patranha do tempo do Dr. MASP) encarneirou-se, e ao País, na tradição dum primeiro mandato de bocejo (caracterizado pelos discursos solenes redondos e insondáveis, e pela cumplicidade com os desGovernos Guterres) e dum segundo de querer "Fazer História" (com o bailarico do nomeia não nomeia, e demite quem não fez mal a ninguém: o Parlamento).

Quando se queixa dos tempos difíceis da questão iraquiana, porque segundo ele, se devia ter tentado até às últimas a via dialogal ante de partir para a porrada, está a sustentar em parte a chamada Doutrina Powell (de Collin Powell), segundo a qual antes de qualquer intervenção militar há que esgotar todas as vias não-violentas de resolução de probçemas - o que foi mais do que o caso no Iraque de 2003, ainda que o ilustrado pensador europeu não consiga atingir.

Vamos ter saudades daquele seu terjeito (que por politicamente-correctos acabou por perder) do "pá! isto, pá! aquilo", à la Otelo, a relembrar os seus tempos de tropelias de cravinho ao peito, das suas privações de sentidos que o levavam a não saber que País estava a visitar, das suas Presidências Entreabertas, que nunca tiveram o descaramento das de Mário Soares e por isso serviram de muito pouco, e tantas outras boas recordações...

Por tudo isto lhe desejamos que vá pela sombra, que nos desampare a loja, que vá lá ver muitos filmes ou lá o que ele quer, e que se porte como um homenzinho - não vá a sua Maria enervar-se e ter de lhe dar uns açoites.

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