quinta-feira, maio 11, 2006

 

O Canto do Sines

Podem descansar, os portugueses.
Segundo o Governo, os nossos interesses estão a ser devidamente acautelados.

Um bom exemplo é o caso da aldrabice da nova refinaria de Sines, em que os nossos sagazes e empenhados governantes nos livraram de nos metermos.

Nas sábias palavras do não menos sábio Engº José Sócrates Primeiro-Ministro desta terra, havia para aí uns maduros que nos queriam levar em cambalachos, mas "ao Governo português ninguém vende gato por lebre"!
Porque ao Governo e a Portugal "não interessa qualquer investimento".
Isto não é O da Joana e "os incentivos concedidos pelo Estado Português a um projecto de investimento têm de ser medidos e também tem de ser considerado o seu impacto ambiental", o que é que esses gajos pensavam?...
Eles estão lá! A zelar pela nossa alegria!

Só foi pena certas "fontes governamentais" terem dito em Janeiro de 2006 exactamente o contrário disto.
O Sr. Dr. Manuel Pinho Ministro da Economia e Inovação referia com alegria e o olhito a brilhar: "Sines está a ser alvo da aposta do investimento nacional e estrangeiro[...]. Esta plataforma logística é uma porta aberta para o Atlântico e está a caminho de ser excepcional".

Do projecto, À DATA..., falava-se do "investimento de 4.000 milhões de euros" e da capacidade de "produção anual de 700 mil toneladas de PTA".
Dizendo o Sr. Ministro: "O objectivo do Governo, ao estar aqui presente, é manifestar o seu apoio e o seu compromisso em atrair investimento estrangeiro para o País e ajudar também os projectos nacionais".

Mais exportação, menor dependência de combustíveis, mais P.I.B.
Uma maravilha!

4 MESES DEPOIS, é suposto agradecer a estes atrasados o facto de nos salvarem das suas asneiras.
É precisa muuuuita paciência.

Comments:
(dp do último lá de cima, achei que devia fazer o gosto ao dedo por algo já sentido)

às vezes penso no nosso País como num daqueles computadores que sofreram progresso com a actualização para uma memória acima das suas capacidades mas mantendo um processador que não acompanha a pedalada.

porque, acho, havemos de nos caracterizar eternamente por aquele mesmo espírito com que aplicámos as riquezas provenientes do oriente: não ousámos, fomos óbvios, deitámos tudo a perder por mãos alheias e somos, desde sempre e então, qualquer-coisa-dependentes ou de alguém.

inseguros, pouco convictos do nosso valor e das nossas capacidades, continuamos a achar mais fácil darmo-nos de mão-beijada a procurar rentabilizar os recursos - ainda que poucos - de forma a podermos agir de modo independente. haverá sempre em nós esta subserviência inata de coitadinhos, necessitados de muletas com controlo remoto.

e mesmo que hajamos com a esperteza saloia que nos caracteriza igualmente, nunca sabemos se haverá alguém mais esperto do que nós. invariavelmente, haverá.
 
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