domingo, maio 21, 2006

 

O Que É Bom É Para Se Ver!

Tcharam!

Ei-sio, o filme sensação da década, "O Código DaVinci" de Ron Howard, i.é, de Dan Brown, i. é, dos famélicos da terra que até hoje andaram de bolitas atrofiadas, espartilhados por uma Igreja Católica que não deixa respirar quem teima em viver contra os seus princípios!

Finalmente vamos ter acesso à caixa prioritária da libertação cinematográfica, reservada a deficientes e grávidos de desejo de libertação.

Vamos poder ver em campo o génio do realizador Ron Howard, o ideal para dar seguimento à senda reveladora de factos reais iniciada por Dan Brown.

Um especialista em mostrar ao mundo histórias tão belas de base real como "Splash" (sobre o amor impossível de um homem por uma sereia), "Cocoon" (em que um bando de velhotes oprimidos recobra as energias de outrora pelo contacto fortuito com extraterrestres), "Willow" (em que um gnomo tem nas suas mãos o destino do bem contra o mal na floresta que o viu nascer) ou "The Missing" (em que uma mulher se encontra só contra a o mundo na revelação de uma conspiração secreta e tenebrosa de raptos e morte!!).
Ron Howard, um amante do cinema realidade como o épico "Far and Away" (em que, se se tem o gosto de ver Tom Cruise espetado com uma forquilha, se falha o objectivo de ver Nicole Kidman descascada), o galáctico "Apollo 13" (bom entretém tanto para quem gosta de historinhas de foguetões, como para quem continua a crer que se os americanos nunca foram à Lua esta é um drama real totalmente irrelevante), "Ransom" (filmezinho do bem contra o mal - mas sem gnomos - ao gosto dos moralistas, em que um pai de família perfeitamente normal prefere oferecer dinheiro pela cabeça do raptor do seu filho que pagar o seu resgate), ou "A Beautiful Mind" (em que se acompanha a tocante história de um homem que, julgando-se perseguido e controlado, se percebe afinal que tudo se deve à sua doente imaginação).

Ou um velho conhecido nosso, Tom Hanks, senhor de dotes interpretativos invulgares que não deixarão de honrar o papel de Robert Lagdon, iminente condutor de massas pelas trevas do catolicismo até à luz da Razão.
Um actor especializado em filmes de desgraçados da vida.

Em "The Terminal" um desgraçado que fica preso tempos infindos a um terminal de aeroporto; em "Catch Me If You Can" um desgraçado de um investigador do FBI sem vida própria que passa a vida a perseguir sem sucesso o Leonardo DiCaprio, e que quando o apanha fica amiguinho dele!!; em "Road to Perdition" um desgraçado apanhado no dilema de ser um assassino e não querer que isso atrapalhe a relação com o filho; em "Cast Away" o Supremo Degraçado, que cai numa ilha deserta e lá fica a enlouquecer; em "The Green Mile" um desgraçado com problemas urológicos; em "Saving Private Ryan" (um desgraçado a quem já não bastava ser professor primário mas acaba na frente da II Guerra à procura de gambuzinos; em "Apollo 13" o líder de uns desgraçados presos numa lata no meio do espaço; em "Forrest Gump" - SEM COMENTÁRIOS; em "A League of Their Own" um desgraçado habituado a ser treinador de baseball mas que por causa da II Guerra acaba a treinar a Madonna e a Rosie O'Donnell!! (escapa a Geena Davis); E DEIXAMOS DE FORA TODOS OS SEUS DESGRAÇADOS DA DÉCADA DE 80!!

A que se segue, agora, este outro.

Já ouvi dizer a muita gente que ia ver este filme por isto e aquilo...
...Por falar dos Da Vinci e do Festival da Canção, por ser um filme com acção sobre o Código com mortes na estrada tipo Mad Max, por ser sobre a Mona Lisa e portanto meter xenofobia e conflitos raciais, ou até por palermices como furar um boicote sugerido por iguais palermas.

De uma forma ou de outra, vamos lá, que o que é bom é mesmo para se ver!

Comments:
onofre no seu melhor.
consegui visualizar a expressão ou o gesto da mão, denunciadores de um espírito verdadeiramente indignado, enquanto atentei no tom do discurso.
embora eu continue a pensar que ver não é gostar mas pode ser antes uma forma de escrever um "OQEBEPSV" melhor ainda do que este.
 
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