domingo, julho 30, 2006

 

You're No Fun Anymore

(Um homem no mastro principal é chicoteado.)
Carrasco:"... thirty-nine... forty. All right, cut him down, Mr Fuller."
Chicoteado: "Oh you're no fun anymore."



"Monty Python's Flying Circus"; temporada1, episódio7 "Camel Spotting/You're No Fun Anymore"; 30 de Novembro de 1969.

 

Ecce Homo



ECCE HOMO.
Eis O Original.

Pobre utente de uma sauna, que devido a brincadeiras entalou o brick in the wall.



Espera aí...
"Sauna"? Isto é um bocado gayish, não é?...
E se eu foses para a têvê tentar ganhar umas coroas com queixas de homofobia?!
Hummm...

 

Saudades... Tantas Saudades...


Ai que saudades eu tenho da Boa Sónia...

Da honestidade e da coragem sem máculas.
Ah, a Boa Sónia!

Num mundo de aparência e simulação...
Em que os que menos se espera se espraiam nos transformismos de saltinho e biquini... Escondidos atrás da moita, sem contar a absolutamente ninguém...
...É com ela que contamos.

Tantas saudades da Sónia.

 

Um Abraço no Fecho

Para alguém que respeito, fica um abraço no fecho.

O meu colega P.G.R.

(Não confundir com "Procurador-Geral da República"!).


 

O Porco do Senhor Narciso

O senhor Narciso era uma pessoa pacata. Não fazia mal a ninguém.
...Não que não lhe apetecesse.
Mas tal como falho de escrúpulos, faltava-lhe desembaraço e não era rico em recursos.

Não era de se calar, não.
Aliás, era um fala-barato. Falava mesmo demais.
Tanto, que se lá acertava, mais se ficava a dever ao milagre da estatística que a singelo raciocínio.

Gostava de dizer o que lhe ia na alma.
Naquelas ocasiões em que julgava sozinho que lá lhe ia alguma coisa.
Para dizer a verdade, não acreditava ter alma – e cuidava ter muito espírito...
Sempre dando a cara por aquilo que dizia, e gabando-se com orgulho da impunidade rústica com que sempre o fazia.

Nas horas vagas o Sr. Narciso resolveu dedicar-se a um passatempo sem dúvida insólito: criar um porco.
Insólito para os mais incautos; um pouco mais previsível para quem o conhecia e às suas inclinações.
Não era bem que pescasse da tal de “suinicultura”. Mas leu e releu almanaques, acabando por perceber quais as duas pontas do bicho: a da ração e a do perigo.
Pecuarista diligente, comprou um leitão por catálogo, encerrou-o no chiqueiro e nunca mais se dignou arejar a pobre besta.

Então, um belo dia, estava já o porco bem gordo e anafado...
(“Obeso” era o termo certo.
Das generosas lavagens que lhe sobejavam dos gastos e que deitava maquinal para a imunda alfurja.)
...entra em cena um mancebo, esbelto, valoroso e barbado, que vivia na paróquia ao lado.

Sabia, por conhecer a peça, que o bom do senhor Narciso não pensava senão no dia de resolver matar o bicho e saborear-lhe as febras e as belas costeletas do fundo grelhadas no carvão, sem ninguém a chateá-lo.
Sabia que aos seus cegos olhos, o ter sido criador da inocente bestiola não ia além da função do “Eu como, tu comes, ele come-se”.
Era essa a forma básica como o senhor via o mundo e ao impotente suíno nada restava esperar.

Por isso jurou a si mesmo que o bácoro monstruoso, antes de ser mantimento para papo ansioso, havia de conhecer, mesmo que só de passagem, o gosto de uma barrela, de uma mise e manicura.
Isso o moveu uma noite, arriscando a sua fama como reles invasor, o amor pela higiene de um porco sem asseio.

Deu-se que o senhor Narciso, vazando ao reco a lavagem que restara do seu dia, deu pela falta usual dos grunhidos sufocados.
E como zoófilo extremoso, a quem matassem a alma, em jura pífia e dramática, prometeu a si próprio que havia de apanhar o facínora, a besta imunda que lhe tinha roubado o porco.
Que o bom do senhor Narciso não tinha um vocabulário que fosse por aí além. O que nestas situações acabava por dar jeito...
Para si eram todos entre “facínoras” e “bestas imundas” (excepto o bom senhor Narciso, como era de prever), acumulando uns felizardos ambos os dois galardões.

Só que o abdutor de suínos não contou com a pancada.
A excepcional agudeza de espírito do lesado (de que a todos se gabava e que acabaria no fim por deslindar o enigma...).

Ele bem desconfiava de um vizinho dali ao pé. O Zé, que era carteiro.
Os indícios eram claros.
Para começar, era carteiro. E como o senhor Narciso odiava os carteiros!
Pista mais que valiosa! Primeiro tiro no alvo.
Depois, era um cobardolas. Ou pelo menos tinha cara. Dissera-lho o Serafim das mulas, que o tinha ouvido à tia Prazeres, a neta do sacristão, que tinha uma prima imigrada na Venezuela, que tinha namorado com o Alfredo, que tinha ido à tropa com ele...
“– Não, esse que foi à tropa com o Alfredo, foi o Vítor da Glória, que ficou sem uma mão na apanha da conquilha... Ou teria sido outro qualquer, pronto!, que diferença faz para o caso?...”
Segundo tiro no alvo.
Mais. O Zé era um saloio. Que morava na parvónia, e quem mora na parvónia tem queda para coisas destas.
(Para isso, ou suinicultura, conjecturaria o senhor Narciso essa noite deitado de costas no escuro na sua cama...)
Terceiro tiro em cheio.
O Zé carteiro sempre tinha sido, de facto, o seu principal suspeito.
Porque era carteiro e porque morava ali ao pé.
Nesta altura o senhor Narciso atrapalhou-se porque não sabia se havia de contar este como o quarto dos indícios, uma vez que ele não era senão a repetição do primeiro e do terceiro!...Mas lá por via das dúvidas, fez um grande quatro ao lado de “sempre... o principal suspeito”, nas costas da receita do remédio para a hipertensão, meio amarrotada, manchada e sem cantos, em que esgrimia com esforço a caneta de ferrolho para fazer nascer uma coisa parecida com uma lista.
Quarto tiro acertado.
E além do mais aquela barbicha de chibo e a reputação a condizer nunca o tinham enganado.
(As imagens zoomórficas que ocorriam ao senhor Narciso para ilustrar pensamento deviam-se a duas razões: 1ª o ser um rústico; 2ª a limitação vocabular que foi supramencionada.)
Quinto tiro. Porta-aviões!

E então o senhor Narciso gizou um plano genial: não fazer nada! (O que confirmava o extremado amor e empatia com o bácoro subtraído!)
Em vez de chamar a polícia ou de tomar atitudes mais drásticas, pura e simplesmente não disse a rigorosamente ninguém que lhe tinham roubado o porco.
Até porque, entre ir à sentina e voltar, uma lufada de vento lhe deitara pela janela o argumento e a prova da genial investigação.
Mal-empregadas garatujas que durante hora e meia agrediu para formarem linhas... cinco ao todo, e agora nada.
Como não tinha alternativa, calou-se muito bem calado e esperou pacientemente.
De vez em quando lembrava-se do raio do porco e de quem lho tinha roubado, e pensava: hás-de (com hífen) cá vir comer à mão, grande cabrão! (Imaginário zoomórfico, etc. e tal...)

O caricato da questão era que o porco nunca fora roubado. Ou, sendo mais rigoroso, nunca fora retirado da sua pobre morada.

O tal mancebo (sim, o esbelto, valoroso e barbado, que vivia na paróquia ao lado) apenas entrara à socapa no chiqueiro do porquito com upgrade de fossa, de balde em punho e esfregão de arame, para agraciar o pobre ser com uma descasca de crostas.
Ora, o bicho tanto gostou, que sucumbiu na esterqueira a sono celestial, não perturbado sequer pela descarga insalubre da ultrajante lavagem.
O que o bom do senhor Narciso evidentemente tomou como falta de comparência.

O que se passou depois, não foi bonito de ver.
Cumprindo a “alternativa” de “calar-se muito bem calado e esperar” (ou pelo menos de “esperar”, uma vez que, como ficou dito, “calar-se” estava além das capacidades humanas do bom do senhor Narciso), o furtado imaginário, barricado que estava nas suas incontestáveis “certezas” de delitos e culpados, não alimentou o porco, nem tão pouco foi ver dele uma larga temporada.

Ouviu então um grunhido. Certo dia a certa hora.
E correu para a estrumeira.
Abriu a porta de roldão e exclamou lapidar:”Ah, ah!...”
Assim ficou por segundos. De porta aberta na mão, olhos perdidos em nada, indiferente à pestilência do cheiro que libertara, à imundície escorrente entre os seus pés para a rua ou à eventual presença no meio da escuridão de um porco cujo grunhido o despertara do transe.
”Ah, ah!...” Repetiu triunfal, sem réplica, eco ou convicção. Sem crer a sério em resposta, mais cumprindo uma função.

Assim ficou uns segundos. Outros tantos. Para nada.
Rosnando só entre dentes “Meu dito; meu feito!”.

Nem sequer tinha passado muito tempo, quando o senhor Narciso se cruzou por mero acaso na rua com o tal esbelto mancebo, valoroso e barbado, que nem morava muito longe, vivia na paróquia ao lado.

Foi então que o mancebo (uma das tais “bestas imundas” que rodeavam o pobre como um mar a uma ilha que resiste intimorata aos ataques dos somenos) lhe perguntou com aquele sorriso das pessoas simples (“boçal” para o homem-ilha) “– Então senhor Narciso, como é que o seu porco se deu com a barrela que eu lhe dei?” Ao que o senhor Narciso retorquiu imediatamente: “– Eu hei-de apanhar a besta imunda! O bode chibo cabrão (ver Nota anterior) do Zé carteiro há-de pagá-las!”

...E cada um seguiu em silêncio o seu caminho.

Ao que parece a história não acaba aqui.
O senhor Narciso voltou para casa, retomando pelo caminho os seus devaneios gastronómicos.
Idealizava uma carne animada, alta e tenra, a saltar-lhe em pulo de arco das brasas para o bucho mortificado.
Desconhecia, porém, que a fonte da sua gula se encontrava moribunda.
Não se dera ao trabalho de saber do seu estado, nem então, nem antes, nem nunca, nem se propusera olhá-lo, mirá-lo, examiná-lo, após o furto inventado, pelo que tudo que lhe fizesse, tentasse ou quisesse fazer, não salvaria o animal da agonia negligente, gangrenosa e putrefacta.

O que era certo, certinho, é o que o cabrão do Zé carteiro, apanhado em flagrante em companhia da sua alvar imbecilidade, não teria tempo de fazer contas com o senhor Narciso e apagar o assunto definitivamente e de uma vez por todas da sua memória.
É que, segundo consta, o senhor Narciso tinha para estas coisas um mau feitio levado de um raio... E havia de levar a melhor.
Havia de sair por cima.

Nem que fosse às colheradas, estivesse ele como estivesse, havia de ser só ele a tomar o gosto ao porco.
E havia de fazer disso mais uma das mil histórias com que os tristes conterrâneos apanhavam ao saudá-lo com fastio nas ruas estreitas dessa vila suburbana.


segunda-feira, julho 03, 2006

 

Gueisice Global

Preparem-se, que vem aí.

Acabada a febre do Mundial de bola, as atenções desportivas do mundo viram-se para o Canadá.
De 26 de Julho a 5 de Agosto, teremos em Montréal os 1st World Outgames.

Sob o lema "REAL ATHLETES, REAL GOALS, REAL DREAMS" (aquilo é que é a sério!), os LGBTs de todo o mundo (para os mais ignorantes nestas coisas: lésbicos, gueis, bis e transcendentes) vão mostrar com quantas palhinhas se faz uma piroga.

Como se pode ler no site oficial do invento, os Outgames serão um toque a reunir de toda a fauna sexual global, convocando todos os que tenham dotes atléticos a exibi-los no Canadá.

Mas que não se pense que são apenas os Olímpicos da Desbunda. Com os LGBTs a abafar (salvo seja) as atenções.
A qualquer um, mesmo que não tenha uma sexualidade tão exótica é PERMITIDO (sim, o termo que usam é esse!) associar-se ao invento.

É claro que é um bocado como dizer "Estes são os Olímpicos dos Brancos, mas algum preto que se queira associar é sempre bem-vindo". Ou "Estes são os Jogos dos Inteligentes, mas os burros também cá podem passar". Ou "Estes são os Olímpicos dos Socialistas, mas os democratas-cristãos não são impedidos de se inscrever". Etc.

Certo, certo, é que "o desporto, a cultura e os direitos humanos" estão presentes e bem entregues nas mãos (mais) competentes dos LGBTs (malditos dos intolerantes que põem rótulos nas pessoas!...)
O que seria do mundo sem a sua guarda?

domingo, julho 02, 2006

 

Venha o Brasil

(Ou como acabou por acontecer: a França!)


sexta-feira, junho 30, 2006

 

Antes de o Ser Já o Era

Reza a imprensa que o Sr. Dr. Freitas do Amaral já lá vai.
Que é como quem diz: "O Ministro dos Negócios Estrangeiros, Freitas do Amaral, demitiu-se do cargo alegando razões de saúde."

Tudo bem. Pode escrever-se assim...
Os artistas da forma são pagos mesmo para isso. Para moldar à vontade de quem paga.

O que é verdade é que este "Ministro" sempre foi uma espécie de alheira, que aberto ao meio não dava para perceber de que era feito.

O último moicano do fascismo (...não, não tenho nada a ver com isso: entendam-se com o Sr. Soares e pandilha socialista que anda sempre com esse credo na boca), um dejectado da máquina política, um fóssil reanimado para a vida pelo choque tecnológico socialista atípico e cúmplice, achou que era altura de "dar a cara".

Deu a cara e vendeu o resto.
Tornando-se para a história o mais desprezível dos protagonistas do nascimento da democracia em Portugal! (E se a competição era de respeito!!!)

Nunca enganando (???) ninguém.
Entrou para o Governo comentando que não chegaria sequer à Presidência Europeia da União.
Desdobrou-se em comentários privados e publicados (!) sobre o cansaço da sua função.
Criticou o estilo do Governo de que fazia parte.
E saiu, pronto!
Como um fruto bichado que cai da árvore, assim abandonou a calorosa companhia dos socialistas seus compinchas.

Um detalhe: sem ter conseguido ser candidato à Presidenciais!

Repescando das suas declarações à data do ingresso no Governo:
* o País agradece-lhe o "contributo especial" de que tanto precisava;
* os portugueses louvam-lhe o "arregaçar as mangas, governar bem e tirar finalmente Portugal da crise profunda";
* e o ter ajudado o Sr. Primeiro-Ministro a "dar provas públicas de serenidade, firmeza e grande discernimento".

Que vá pela sombra, que o Sol está forte.

terça-feira, junho 20, 2006

 

Não, a merda nem sempre é porca.

Nada tem uma natureza à partida.
A própria merda é muito o que se queira fazer dela, numa perspectiva existencialista.

Pode ser uma coisa corriqueira ou complexa, comum ou carregada de significado, inodora ou pestilenta.

No caso da obra em causa, trata-se de arte pura.
Nem eu me atrevia a ir contra o normativo coltural
dos pensadores do costume.

Principalmente porque pretende ofender as convicções religiosas dos outros.
É sempre fashion e dá aquele ar de não-sei-quê consciência livre de espartilhos do livre obrar.

Para além do facto de haver gente por aí que anda a dormir e não participa da promoção deste invento, resta-nos desejar o maior sucesso à trupe destas andanças, desejar-lhes do fundo do coração muita merda e esperar pacientemente as sequelas que já vêm a caminho.

«Vou Escarrar na Cara do Sócrates», «Não Há Pedofilia, Só Há Apanha da Fruta Antes de Cair no Chão e Ficar Tocada», «Vou Limpar o Cu com a Declaração dos Direitos do Homem que Pelo Menos Não É Abrasiva», «O Meu Vizinho do Lado É Paneleiro e Eu Vou Espalhar a Notícia», «Coitadinho do Menino Neo-Fascista que Foi Dormir à Esquadra lá o Privaram do Desporto Diário de Ir Sovar um Gajo duma Minoria Étnica Qualquer», «Apetecia-me ir Papar à Canzana um Maçon de Aventalinho e Salto Alto mas as Lojas Fecham às Sete» e outros dos mesmos autores encontram-se na fase de pré-impressão para avacalhamentos de última hora, mas prometem-se para breve.

Nunca o politicamente incorrecto foi tão democrático.

segunda-feira, junho 12, 2006

 

A Qualidade do Material


segunda-feira, maio 29, 2006

 

Abaixo os Americanos... E os Ingleses, e os Australianos, e...

O que é, está bom de ver.

Sempre os mesmos malandros a darem cabo do mundo e a gente a ver...

Mas graças aos media, já não se escapam tão bem assim.

Basta procurar e encontrar:
1 - Como os estupores dos americanos estão a dar cabo do Iraque:
http://www.ibnlive.com/news/iraqi-players-killed-for-wearing-shorts/11634-2.html

2 - Como o estupor do Sr. Blair é um monstro bárbaro como não há igual:
http://news.independent.co.uk/uk/politics/article601356.ece

3 - Como os estupores dos australianos também não lhes ficam atrás (e se é o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal que o diz...)
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=12&id_news=229578
...Apesar de Timor já ter pedido ajuda, era mais curial continuar a deixar morrer gente enquanto as NU levantavam e não levantavam o rabo da poltrona.
http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1258276

E sempre este raio de sorte...
De ter governantes em Portugal que cronicamente metem a pata na poça de se plantar do lado da asneira e do ultraje.

 

O Que É Bom É Para Se Ver! II

Não há nada a fazer.

A Opus Dei está mesmo em todo o lado!

Apesar de a malta d' "O Código DaVinci " se esmerar em promoções da sua genial obra-prima do salvacionismo cinemático, a Opus Dei conseguiu infiltrar-se para sabotar a memorável apresentação da fita aos media.

Usando da sua vilania secular, a tenebrosa conspiração eclesial urdiu tal mutação nos dóceis jornalistas, que estes, corrompidos pelo lado negro da Força, se comportaram como uns brutos ululantes durante a dita cerimónia.

Mas o filme e a sua mensagem de esperança (principalmente para os que fazem garbo em NÃO CRER) hão-de pervalecer.

- Encontra-se neste momento em investigação a coincidência entre a presença da Opus Dei em Cannes e a quantidade de prémios que Manoel de Oliveira já recebeu no certame. -


 

Amor Incondicional

Que outra explicação pode haver, para o aplauso em peso de um estádio lotado a uma Selecção Sub-21 das Quinas, de putos mimados e mal-criados, que se apresentou de forma vergonhosamente displicente num Campeonato Europeu organizado em Portugal, tendo por isso sido corrida sem glória nem história?!...




Que outra explicação, para suspirarmos perante uma vaca da Cow Parade ostentando as cores de Portugal, entre a revolta de as ver manipuladas em lombo de fibra por um reles canal de televisão e a convicção de que aquele tem de ser o mais belo dos bichos !!?!...


Seja o motivo o mais baixo, apenas e sempre o amor incondicional a uma bandeira.

domingo, maio 21, 2006

 

Canta Outra, Que Essa Já Ouvimos...

Uma sentida homenagem a todos aqueles que julgam que são mais encartados que os demais para dar sentenças, ou que o que dizem são grandes novas que trazem a alguém, numa ronda diária pelo domicílio dos mal-pensantes, sacola cheia de virtudes endereçadas, espíritos apartados dos dos humanos - pelo menos na presunção de sê-lo -, largando pelas ruas da cidade a sua posta restante.

Um grande bem-hajam.

 

Machonaria Regular

Acho muito bem.
Que haja blogs com mulheres a beijar-se.

Toda a gente devia ter os mesmos direitos, se somos uma democracia.

Porque é que eu, que até gosto de ver dessas coisas, devo ser obrigado a pagar rios de dinheiro num site qualquer por uns momentos de lazer maroto?

Associa-se, portanto, o Random Precision - O Original à campanha lançada por um congénere seu, de de vez em quando fazer um agradinho à machonaria que o frequenta.

Ficamos todos felizes... e sai reforçada a certeza de que não somos nenhuns mariquinhas, mas uns grandes galifões.

 

O Que É Bom É Para Se Ver!

Tcharam!

Ei-sio, o filme sensação da década, "O Código DaVinci" de Ron Howard, i.é, de Dan Brown, i. é, dos famélicos da terra que até hoje andaram de bolitas atrofiadas, espartilhados por uma Igreja Católica que não deixa respirar quem teima em viver contra os seus princípios!

Finalmente vamos ter acesso à caixa prioritária da libertação cinematográfica, reservada a deficientes e grávidos de desejo de libertação.

Vamos poder ver em campo o génio do realizador Ron Howard, o ideal para dar seguimento à senda reveladora de factos reais iniciada por Dan Brown.

Um especialista em mostrar ao mundo histórias tão belas de base real como "Splash" (sobre o amor impossível de um homem por uma sereia), "Cocoon" (em que um bando de velhotes oprimidos recobra as energias de outrora pelo contacto fortuito com extraterrestres), "Willow" (em que um gnomo tem nas suas mãos o destino do bem contra o mal na floresta que o viu nascer) ou "The Missing" (em que uma mulher se encontra só contra a o mundo na revelação de uma conspiração secreta e tenebrosa de raptos e morte!!).
Ron Howard, um amante do cinema realidade como o épico "Far and Away" (em que, se se tem o gosto de ver Tom Cruise espetado com uma forquilha, se falha o objectivo de ver Nicole Kidman descascada), o galáctico "Apollo 13" (bom entretém tanto para quem gosta de historinhas de foguetões, como para quem continua a crer que se os americanos nunca foram à Lua esta é um drama real totalmente irrelevante), "Ransom" (filmezinho do bem contra o mal - mas sem gnomos - ao gosto dos moralistas, em que um pai de família perfeitamente normal prefere oferecer dinheiro pela cabeça do raptor do seu filho que pagar o seu resgate), ou "A Beautiful Mind" (em que se acompanha a tocante história de um homem que, julgando-se perseguido e controlado, se percebe afinal que tudo se deve à sua doente imaginação).

Ou um velho conhecido nosso, Tom Hanks, senhor de dotes interpretativos invulgares que não deixarão de honrar o papel de Robert Lagdon, iminente condutor de massas pelas trevas do catolicismo até à luz da Razão.
Um actor especializado em filmes de desgraçados da vida.

Em "The Terminal" um desgraçado que fica preso tempos infindos a um terminal de aeroporto; em "Catch Me If You Can" um desgraçado de um investigador do FBI sem vida própria que passa a vida a perseguir sem sucesso o Leonardo DiCaprio, e que quando o apanha fica amiguinho dele!!; em "Road to Perdition" um desgraçado apanhado no dilema de ser um assassino e não querer que isso atrapalhe a relação com o filho; em "Cast Away" o Supremo Degraçado, que cai numa ilha deserta e lá fica a enlouquecer; em "The Green Mile" um desgraçado com problemas urológicos; em "Saving Private Ryan" (um desgraçado a quem já não bastava ser professor primário mas acaba na frente da II Guerra à procura de gambuzinos; em "Apollo 13" o líder de uns desgraçados presos numa lata no meio do espaço; em "Forrest Gump" - SEM COMENTÁRIOS; em "A League of Their Own" um desgraçado habituado a ser treinador de baseball mas que por causa da II Guerra acaba a treinar a Madonna e a Rosie O'Donnell!! (escapa a Geena Davis); E DEIXAMOS DE FORA TODOS OS SEUS DESGRAÇADOS DA DÉCADA DE 80!!

A que se segue, agora, este outro.

Já ouvi dizer a muita gente que ia ver este filme por isto e aquilo...
...Por falar dos Da Vinci e do Festival da Canção, por ser um filme com acção sobre o Código com mortes na estrada tipo Mad Max, por ser sobre a Mona Lisa e portanto meter xenofobia e conflitos raciais, ou até por palermices como furar um boicote sugerido por iguais palermas.

De uma forma ou de outra, vamos lá, que o que é bom é mesmo para se ver!

domingo, maio 14, 2006

 

Venham, Venham, Que a Gente Trata Deles

Isto há cada uma...

Não é que há uns australianos e uns canadianos que vêm extrair ouro do solo português?!

Numa terra em que, à primeira vista, nem o milho nem a nêspera a terra parece dar que sustente quem os busque... há quem dela vá tirar ouro.

Mas tudo bem.
Por mim, óptimo.

Parece que já vem um encaixe de 230 milhões de euros pela assinatura de contratos com a Iberian Resources e com a Kernow Mining, esperando-se a criação de 800 futuros postos de trabalho.

O que não é só...
Que eu tenho mais em vista.

É deixá-los vir, prospectar à vontade, mineirar o que quiserem, e quando eles estiverem poisados, PIMBA!, nacionalizar-lhes o negócio e ficar com ele para nós - que isso agora anda na moda.
Olha, paciência, é a globalização!...

 

O Espanhol Que Há Em Cada Um

Estamos sitiados pela História, pela Geografia, pela Sociologia, pela Religião (ai a Religião...).
Somos parte de uma Península partilhada com Espanha, que pela força cega das proporções se confessa tendenciosamente "Ibérica".
Por mais que quisessemos, teríamos a maior dificuldade em afirmar em absoluto a distinção do que somos e do que são os vizinhos que connosco repartem o passado e (inevitavelmente) o futuro.

Não há nada a fazer.

Resta aos renitentes recriminar-lhes os defeitos, como forma de esconjurar metade da nossa pequenês e repartir uma fatia da culpa das nossas deficiências, profundas, conscientes e obstinadas.
Ou aos plácidos invocar-lhe as qualidades, que lhes/nos transvestem de semelhanças e augúrios de sucessos a vir.

Há depois os PAROLOS.
Como o Sr. Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações Mário Lino, o Sr. Primeiro-Ministro José Sócrates e o Governo PS - e (miseravelmente) o "Portugal por arrasto".

Não se sabe exactamente em que estava a pensar um governante da Nação quando a um jornal espanhol, o 'Faro de Vigo', o Sr. Ministro Mário Lino afirmou ser "um iberista confesso", durante uma visita a Santiago de Compostela, com base em coisas como "uma língua comum" que nos uniria...

Mas sabe-se bem porque veio o Sr. Primeiro-Ministro - MAIS UMA VEZ, o que vai sendo muito mau sinal para quem queria Ministros calados e bem-comportados - salvar o Sr. Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações.
Bem pode o Sr. Engº José Sócrates (MAIS UMA VEZ) arengar com "visões partilhadas em termos da articulação dos planos hidrológicos, da gestão territorial, das infra-estruturas e dos recursos naturais". Que das suas "visões" estamos já avisados.

Um Ministro do Governo Português, parolamente desbocado ao microfone (na melhor das hipóteses!), permitiu-se defender uma "Ibéria que é uma realidade que persegue tanto o Governo Espanhol como o Português" (???), sem lhe passar o verbo por uma Lusitânia, sua contemporânea de nascença, pobrezinha mas honrada, que por acaso lhe deu o berço e o sustento.

E está um bocado enganado o dengoso Sr. Primeiro-Ministro ao dizer que "todos compreenderão em Portugal".
Não.
Está com azar.

Porque não somos todos como ele, embasbacados provincianos, que vai à Finlândia e vem de lá finlandês ou vai a Espanha e ousa afirmar que "as três prioridades da política externa portuguesa são Espanha, Espanha e Espanha"!!!!!

Basta a vergonha profunda de ter governantes assim. Que assim elevam o moral de ser Português.
Ser confundido com esta gente já é um bocado demais.

 

Falta de Comparência OU Finalmente Decência?

Perante o facto de ter sido 13 de Maio e de não se ter observado da parte do costume uma reacção adequada, fica o post.

De lamento pela falta de comparência e voto de rápida convalescença - que para o mundo não tombar, tudo é cá preciso.

...Ou, se for o caso, de saudação, por finalmente "alguém" ter percebido - sem traumas nem favores - que cada um tem direito a viver a sua vida sem dar satisfações a controleiros dos costumes - neste ou noutro domínio, em que seja mais consensual o acordo.

quinta-feira, maio 11, 2006

 

O Tubérculo

O orgulho pátrio inchou ao saber-se que o Sr. Dr. Jorge Sampaio tinha sido nomeado "enviado especial da ONU para o combate à tuberculose".

A nomeação partiu do Secretário-Geral das Nações Unidas, Kofi Annan, e a missão durará dois anos.

Ora, isto não deve passar despercebido no que tem de curiosa coincidência.

Que uma doença reconhecida cientificamente como milenar, se não pré-histórica, tenha ganho como adversário um Tubérculo, uma doença crónica e multiresistente chamada Jorge Sampaio.

Quando todos esperavam que o Sr. Dr. nos tivesse largado a braguilha e estivesse emprateleirado na galeria dos veneráveis Senadores da Nação ou uma treta dessas, eis que persiste em chagar-nos a paciência, como a Tísica, Herself, num percurso progressivo de decadência silenciosa e debilidade, até à extinção por definhamento.

Um (de tantos) tubérculo(s) de uma "democracia" que sente os pulmões atrofiarem lentamente, entranhar-se profundo nos ossos um mal insidioso, e que escarra pelas ruas o sangue negro do seu óbito.

(O que, por despacho do Sr. Ministro da Saúde, passará doravante a ser referido como Hemoptise, que é muito mais chique e politicamente correcto.)

 

Sobe o Suíno na Vendetta

ESTA FOTO NÃO SOFREU
QUALQUER ARRANJO GRÁFICO!


O Prof. Dr. Manuel Maria Carrilho deve ter uma pilinha pequenina.

Não posso dizê-lo baseado na ciência, mas é uma que eu tenho cá para comigo - assim fosse com o EuroMilhões.

É um queque, mas é socialista - era provável.
É um político, mas é um filósofo - era possível.
É um enfant terrible, mas é um convencionado - era esperável.
É um intelectual, mas queria ser edil - era apetecível.
É um lingrinhas, mas casou com a mulher mais espampanante da televisão - era dispensável.
É um grande lingrinhas, mas é macho pai de filhos - era previsível
É o maior, mas é um falhado - era inevitável.

Levou para tabaco na corrida à Câmara de Lisboa e agora vem à 2ª volta com um livro para a mulher apresentar pela SIC Notícias.

"Sob o Signo da Verdade", chama-se assim a peça literária.
E visa acertar contas (um bom princípio cristão) "com todos os que responsabiliza pela sua derrota nas autárquicas".
Desde a SIC, ao Miguel Sousa Tavares, ao Prof. Marcelo, ...etc, tudo foi combinação contra a campanha do senhor.
Todos tiveram culpa da catástrofe da sua candidatura... menos ele - ou a triste figura que o melga andou a fazer aqui e ali, sempre que se lhe prestou.

Não se pode exterminá-lo?

 

O Canto do Sines

Podem descansar, os portugueses.
Segundo o Governo, os nossos interesses estão a ser devidamente acautelados.

Um bom exemplo é o caso da aldrabice da nova refinaria de Sines, em que os nossos sagazes e empenhados governantes nos livraram de nos metermos.

Nas sábias palavras do não menos sábio Engº José Sócrates Primeiro-Ministro desta terra, havia para aí uns maduros que nos queriam levar em cambalachos, mas "ao Governo português ninguém vende gato por lebre"!
Porque ao Governo e a Portugal "não interessa qualquer investimento".
Isto não é O da Joana e "os incentivos concedidos pelo Estado Português a um projecto de investimento têm de ser medidos e também tem de ser considerado o seu impacto ambiental", o que é que esses gajos pensavam?...
Eles estão lá! A zelar pela nossa alegria!

Só foi pena certas "fontes governamentais" terem dito em Janeiro de 2006 exactamente o contrário disto.
O Sr. Dr. Manuel Pinho Ministro da Economia e Inovação referia com alegria e o olhito a brilhar: "Sines está a ser alvo da aposta do investimento nacional e estrangeiro[...]. Esta plataforma logística é uma porta aberta para o Atlântico e está a caminho de ser excepcional".

Do projecto, À DATA..., falava-se do "investimento de 4.000 milhões de euros" e da capacidade de "produção anual de 700 mil toneladas de PTA".
Dizendo o Sr. Ministro: "O objectivo do Governo, ao estar aqui presente, é manifestar o seu apoio e o seu compromisso em atrair investimento estrangeiro para o País e ajudar também os projectos nacionais".

Mais exportação, menor dependência de combustíveis, mais P.I.B.
Uma maravilha!

4 MESES DEPOIS, é suposto agradecer a estes atrasados o facto de nos salvarem das suas asneiras.
É precisa muuuuita paciência.

quarta-feira, maio 10, 2006

 

O Humor Primário Quando Nasce É para Todos


segunda-feira, maio 08, 2006

 

Mais Um Ordinário



Este senhor, o porta-voz do PS, Dr. Vitalino Canas, acaba de entrar pela porta grande no Clube dos Ordinarões.

Este senhor, cujas fotos na net são só do tamanho que se vê (por alguma razão), foi enviado pelo seu partido ao Congresso do CDS-PP como representante. (Enfim, estas coisas da etiqueta em que só o BE não se mete, para que depois também ninguém vá lá a casa ver o que se passa!)

E como é usual, foi auscultada a sua avisada opinião sobre os trabalhos.

Tendo este semi-reboque afirmado, cândido, que "esperava que o partido não desaparecesse", fazendo votos para que "os democratas-cristãos superassem a 'instabilidade' interna"!!!!

Ora, deve estar mesmo à espera que quando observadores de outros partidos assistirem a um Congresso PS haja comentários do género: "Gostei, mas este partido devia ser menos um partido de ladrões" ou "Considerei muito pertinente a intervenção daquele congressista pedófilo" ou "Neste Congresso não se encontram gajas boas" ou outro do género, que demonstrem o nível das pessoas que os portugueses elegem para poleiros rotativos (não, não é por serem eléctricos, é só por rodarem) e que inseridos em partidos não dá para saber se os representam a toda a linha, se os partidos se revêem neles ou sequer se a coleira em que estes bichos estão presos está segura pela mão de alguém.

 

Quem Parte e Reparte...

Aí está outra vez a lista da 'Forbes' a fazer sonhar os dirigentes mundiais das terras mais recônditas.

"Ai se eu fosse um dia sultão..."
"Ou rainha de Inglaterra..."

...Ou um parasita como o Castro, que ainda que seja um herói de pata descalça, lá vai partindo e repartindo como melhor lhe convém.
Esta malta de "esquerda" e o seu coração de manteiga cada vez mais convence.

Mas falando em "partir", só foi pena da outra vez não partir os cornos de vez.
Enquanto há vida, há esperança.

 

Não Faças Essa Cara, Filha! Pensa nos Benefícios Sociais!!

Ei-lo, o nosso Sancho I, o novo Povoador, o Eros Trauliteiro que a bem ou a mal há-de tornar Portugal uma Pátria farta de gente, o nosso Engº José Sócrates.

Ainda que não tenha sido nada decidido já anda por aí - à boa portuguesa para ver se pega ou não pega - o furor da mexida nas contribuições dos casais para a Segurança Social em função do número de filhos.

Obviamente, a medida visa "incentivar os portugueses a terem mais filhos" como forma de sustentar a longo prazo uma Segurança Social hoje pouco segura.
E, na prática, traduz-se por aumentar as contribuições dos casais sem filhos e baixar os descontos para as famílias numerosas.

Só que os aspectos curiosos são vários.

* Para começar, a legitimidade de penalizar casais que não tenham filhos. Num País em que o Estado não é senhor das suas próprias contas, não tem nem incute vergonha a quem não cumpre com o que deve, um Estado pindérico e muitas vezes parasita, arvora-se por motivos financeiros um Henver Hoxa de trazer por casa, a mandar os cidadãos procriar ou não procriar. PQP!

* Depois, a fina sensibilidade das decisões de laboratório financeiro. Que levam a achar que "1+1=2, portanto, se vamos beneficiar uns, vamos penalizar outros e ainda encaixamos algum... ". Belo princípio social, o de fingir apostar num distante futuro participado, mas na verdade tentar encaixar JÁ umas massas aos casais não-reproducentes para os cofres do tal Estado esburacado e miserento que daria taaaanto trabalho a sanear...

* Depois ainda, o recorte tecnico-científico dos dados já avançados. No referido laboratório financeiro, os senhores chegaram à conclusão que "o incentivo será dirigido sobretudo aos casais com mais de 3 filhos"!!!!!!!
No País que somos.
Nas condições em que vivemos (ou viveremos!).

* Por fim, o leninismo de planificar e burocratizar a vida civil (logo uma gente tão desburocratizadora...) como forma de a controlar. Casais inférteis ficariam por razões óbvias fora do plano, bem como "casais em idade infértil" (!?), "trabalhadores viúvos" (!!?) ou "solteiros" (!!!?), que teriam de fazer prova destas condições - junto talvez do funcionário público de uma repartição do Estado lá do bairro, com declarações, atestados, certidões e outros quejandos (ou então via net, que seria menos embaraçoso), tudo para não sofrer as represálias de um Estado totalitário, de inspiração chinesa mas ao contrário. PQP!

Piores notícias que esta da "Finança como controlador demográfico", só mesmo, para os paladinos dos acasalamentos gay, ver da parte insuspeitável dos seus correligionários democratas a desmontagem peça a peça das teorias de que nada na sociedade civil equipara o casamento à família, a família a filhos, ou a sexualidade à reprodução!...

Entendam-se lá uns com os outros.

 

Im A Marionette

"You're so free", that's what everybody's telling me
Yet I feel I'm like an outward-bound, pushed around, refugee
Something's wrong, got a feeling that I don't belong
As if I had come from outer space, out of place, like King Kong

I'm a marionette, just a marionette, pull the string,
with ramdom precision
I'm a marionette, everybody's pet, just as long as I sing,
I'm a marionette, see my pirouette, round and round
I'm a marionette, I'm a marionette, just a silly old clown
with ramdom precision

Like a doll, like a puppet with no will at all
And somebody told me how to talk, how to walk, how to fall

Can't complain, I've got no-one but myself to blame
Something's happening I can't control, lost my hold, is it safe?

I'm a marionette, just a marionette, pull the string,
with ramdom precision
I'm a marionette, everybody's pet, just as long as I sing,
I'm a marionette, see my pirouette, round and round
I'm a marionette, I'm a marionette, just a silly old clown
with ramdom precision

"Look this way, just a little smile", is what they say"
You look better on the photograph if you laugh, that's okay"

I'm a marionette, just a marionette, pull the string,
with ramdom precision
I'm a marionette, everybody's pet, just as long as I sing,
I'm a marionette, see my pirouette, round and round
I'm a marionette, I'm a marionette, just a silly old clown
with ramdom precision

"You're so free", that's what everybody's telling me
Yet I feel I'm like an outward-bound, pushed around, refugee

sábado, maio 06, 2006

 

O Estoirado

De acordo com uma entrevista do Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros Dr. Freitas do Amaral ao 'Expresso', o senhor, coitado, anda "completamente estoirado".

Por tudo.
Muita viagem, muito cocktail, muita cimeira, muita reunião, muito bacalhau distribuído,... tudo sobre um homem só e não há quem aguente.

Por um lado, não é surpresa.
Que o cavalheiro tem sérios "problemas de coluna", é sabido e bom de ver por qualquer um que o olhe nos olhos.

Mas por outro, é surpreendente que um Ministro de 64 anos, (jóia da coroa de um "Governo-Arca de Noé") esteja já fora de prazo e incapaz de andar aos figos.
Deve ser muito surpreendente... Pelo menos para quem votou na trupe.

Bem pôde o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros ameaçar com uma conferência de imprensa (que nunca chegou a dar!!) "para desmentir o título" da notícia do 'Expresso': "Freitas está cansado do MNE".
É que mesmo que o título em causa estivesse baptizado pela fome de vender jornais (que a vida está má para a imprensa), a entrevista foi considerada pelo Sr. Ministro “leal e correcta”!!
Pelo que o seu deplorável conteúdo estaria em conformidade com as alarvidades confidenciadas pelo titular dos Negócios Estrangeiros de Portugal.
Pelo que, nem sequer o título do 'Expresso' estaria tão desfazado assim. Uma vez que, de facto, "Freitas está cansado NO MNE"!
...Pelo que não precisava de ter ficado "absolutamente possesso", segundo "fonte governamental" (sic).

Claro que tinha de vir ao barulho o Sr. Primeiro-Ministro Engº José Sócrates, defender a(o) sua(seu) dama(interesse político!).
Apelidando de "abusivo e absurdo" o título da notícia e afirmando contra todas as evidências a "infelicidade do 'Expresso'" e não a do seu Ministro.
E deixando patente a atrofia mental de quem não distingue os conceitos de "transcrever" e "traduzir"(?) - como é verificável aqui, aqui ou aqui.

Parece, por fim, que o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros coloca descaradamente a possibilidade de "já não estar no Governo durante a próxima Presidência portuguesa da União Europeia, ou seja no segundo semestre de 2007".
Não é que faça muita falta, mas, SE CALHAR, os portugueses gostavam, de vez em quando, de não serem comidos por parvos e de ter notícias em primeira mão: sobre quem vai ou fica, sobre com quem se conta ou não, sobre de quem se deve esperar alguma coisa ou nem por isso.
Porque visto daqui, os senhores tanto já definiram o plano de aposentação do Sr. Ministro, que se calhar desde a sua anormal aceitação da pasta no Governo que a sua saída está agendada e contratada.
...E nós a gastar cera com este defunto enquanto os "estoirados" nos gozam à força toda!!

Mas acima de tudo que passe, permanecerão duas verdades lapidares da boca do próprio Dr. Freitas do Amaral por estes dias: na vida política já fez "tudo aquilo que se pode fazer" e já não precisa "de provar mais nada".
De acordo.
Boa viagem.

quinta-feira, maio 04, 2006

 

O.K., Administração Interna Não É Economia, Mas...

Foi o bom e o bonito no Bairro da Torre, lá para Camarate, em Loures.

Segundo a imprensa, a operação "Torre de Controlo", integrada no combate policial ao tráfico de armas, mobilizou 600 efectivos, entre "operacionais, de apoio e autoridades judiciárias".

Como resultado de um dia no campo, a PSP deteve 10 pessoas e apreendeu 19 armas de fogo.

Pois...
Mas isso é bom ou é mau?

Eu percebo a argumentação de que uma única detenção feita ou uma única arma de fogo apreendida é uma vitória incontestada para as forças policiais e para a segurança dos cidadãos!
Mas também sei que o Sr. António Costa é Ministro da Administração Interna, não é da Economia e que por isso talvez não perceba bem o conceito de relação custo/proveito.

Porque 600 efectivos da polícia empatados um dia inteiro para apreender 19 armas de fogo é obra! (Dá EM MÉDIA 32 agentes para encontrar uma arma!!)
600 efectivos da polícia para deter 10 pessoas é uma grande obra! (Porque sendo só dez entre homens e mulheres ciganos - um deles um infeliz que estava evadido de Bragança onde cumpria pena por roubo!!! - supõe-se: 1º que não houve "19 apreensões de armas" mas que elas foram encontradas para aí em meia-dúzia de buracos se tanto, aos molhinhos; 2º que não houve "10 detenções" pelo Bairro fora, mas que foram realizadas todas num local ou dois, numa casa ou duas.)

Porque, atenção!, foram realizadas 138 buscas domiciliárias no Bairro, autorizadas por mais de 200 mandatos judiciais!!
Com o que isto é de juízes a assinar papel, batedores a marcar casas, GOE a mandar abaixo portas e polícia a revolver casas!
138 buscas domiciliárias!!!
Com este resultado...

Mas nem era precisa esta conversa toda.
Bastava observar o espremidinho da Operação que foi feito para perceber o seu flop.
Listar, além da categoria das 19 armas, a apreensão de "dois silenciadores, 22 carregadores e 500 munições" é muito ilustrativo.

O Governo, o Ministério da Administração Interna e especialmente o Sr. Secretário de Estado, Dr. José Magalhães, não podem estar mais contentes com o resultado da Operação, considerando-a mesmo este último uma "machadada" no problema e que o Governo está a "debelar de forma significativa a raíz do fenómeno".
Ele lá saberá.
Em caso de fazer asneira, terá sempre aberta a possibilidade de regresso ao comentário televisivo.

Certo, certinho, é que o que me preocupa é o Estado em que estamos e o alegrotes que estas paneleirices nos põem.
Do destino dos senhores quero saber tão pouco como do boi que no meio da refrega foi encontrado, decerto que atónito com a agitação, numas traseiras, num curral.

 

Na Maior Democracia do Mundo

Na maior democracia do mundo, Zacarias Moussaoui foi condenado a prisão perpétua.

Apesar das múltiplas pressões e das muitas figas feitas à volta do mundo por mais um mártir da causa anti-americana e mais um prego no caixão político do Presidente George Bush, o réu foi poupado à pena de morte.
Na maior democracia do mundo, Zacarias Moussaoui foi julgado com lealdade num Tribunal Federal, por um colégio de jurados, cidadãos livres e independentes, por cumplicidade com os autores dos atentados do 11 de Setembro de 2001 em Nove Iorque, e considerado culpado.

Num processo em que o réu admitiu a sua culpa nos crimes por que estava a julgamento, em que à passagem das gravações dos momentos de agonia das vítimas do United 93 que se despenhou na Pensilvânia o réu respondeu com descontracção e sorrisos, foi feita a justiça das democracias.

Ninguém pode ser cego ou indiferente aos muitos PORMENORES DÚBIOS do vergonhoso 11 de Setembro de 2001.
Todas as teorias de conspiração são legítimas se uma demonstração cabal não as desmontar para lá de qualquer dúvida - mesmo as teorias malévolas, instrumentalizadas e sórdidas...

...Mas é indesmentível que este "bode expiatório" (único implicado até hoje!...) teve do Estado Americano o tratamento justo, racional e humano que se lhe exigia.
Sem revanchismos, nem delírios.

Este "bode" recebeu da parte do Sistema Judicial Americano o tratamento formal e mecânico que qualquer reles rato de automóveis, chulo rançoso ou molestador de crianças mereceria de um tribunal.

Nada a mais, nada a menos.

Porque não se permitiu que este homem fosse considerado nem mais nem menos que um comum prevaricador, condenado por um delito praticado.

«América, tu perdeste, eu ganhei», terá gritado o réu em resposta ao veredicto.
Mas nada mais falso.
Uma Nação indiferente - ferida mas inteira - cumpria nas ruas, sem hesitar, a rotina diária da Democracia, da Liberdade e do Progresso, enquanto dentro de uma sala de tribunal se ouvia o veredicto liminar e triste de um homem alimentado pelo rancor e equivocado, como muitos, na relevância do seu ódio para a História do Mundo.

 

Corrida Contra o Tempo

José António Saraiva, nome que ficou associado à Direcção do 'Expresso', volta à carga.

Prepara-se para parir (com epidural) um novo semanário: "Sol" e disso deu conta numa entrevista ao 'Correio da Manhã' (interessante escolha).

O aparecimento deste novo semanário (a gente estava mesmo a precisar da pulicação 75.426 nas bancas de jornais, faltava ali ainda qualquer coisa... ), que se quer "um jornal para a frente", resulta de uma concepção filosófica profunda sobre o universo do jornalismo e da comunicação.

Tem "um nome que rompe com o habitual" (!) e "que se memoriza bem"(!), tem "formato tablóide", é organizado "ao estilo caixa de Pandora" (?), com "zonas com várias secções e cores distintas"(...), apresenta um logótipo "com cores distintas consoante estações do ano"(!...) e destina-se a leitores "que querem publicações mais agressivas" (a gente estava mesmo a precisar de...).

Saiba-se, para mais, que "este projecto não é contra o ‘Expresso’", até por encarnar um espírito "brilhante: de luz, energia, calor".
Apesar de a "tendência do ‘Expresso’ ser para involuir (!!!!!!!!!!!!!!), andar para trás" e de se prever que "em três anos seja o maior jornal português. Não só batendo o ‘Expresso’, como qualquer outro semanário que apareça entretanto" (...o tempo começa a contar esta semana).

Este jornal vai ser mesmo um prodígio.
Senão, como seria possível que antes de aparecer nas bancas já se pudesse estar farto dele?

 

Dia de Reflexão no Portugal dos Pequenitos

Estão aí, as "directas" do PSD.

Depois de um parto difícil, acabaram por ser mais as vozes a defender no PSD que o partido tinha direito a ter o brinquedo, se o PS também o tinha.
(Até porque, aos olhos do vulgo, as "directas" tornaram-se maná democrático para qualquer partido decente. Não interessa se é ou não. É evidente para qualquer um que não é por aí, ...mas não é essa a imagem pública da coisa, e pronto!)

E... tiro de partida para uma (espécie de) corrida com vencedor antecipado.

Longe dos tempos em que, qualquer que fosse a situação, o PSD tinha a mostrar combates políticos interessantes, desta vez temos um dos dois maiores partidos nacionais a votar "à pescada" - mais uma vez a história do "antes de o ser, já o era".
Longe vai o tempo em que Fernando Nogueira arrancou a liderança do PSD numa disputa a sério (um PSD na altura órfão de Cavaco Silva e sem perspectivas de depressa voltar a ser Governo) . Ou Marcelo Rebelo de Sousa. Ou Durão Barroso, que a obteve contra Santana Lopes e... Marques Mendes.

Agora, nem tanto.

Mais arraial, menos arraial, o retrato está tirado.
Marques Mendes vai a votos sozinho, pré-ganho, a falar para o boneco.

O que lhe vale (e vice-versa) é o Governo de Portugal de Pequenitos que temos, que até a "líderes de oposição" destes permite ir aparecendo a dizer umas coisas na TV.

(Mas respeitemos o dia de reflexão laranja e esperemos com expectativa a surpresa dos resultados.)

terça-feira, maio 02, 2006

 

Não Largues as Drogas...II

Para gáudio dos mais desanimados, o esquerdismo extremista está em viçoso florescimento pelas Américas.

Já que não pega a Norte, já que Lula teima em não rebentar com a maior potência da América do Sul, alguém tem de fazer as honras.

Evo Morales, Presidente da Bolívia acaba de dar o mote para um neo Guevarismo pós-global: eis a nacionalização selvagem de estruturas de exploração de recursos naturais bolivianos nas mãos de estrangeiros.

Há muito quem afirme que este desvario irracional, populista, demagógico e revoluça vai dar mais dores de cabeça aos (muito) pobres bolivianos que os frutos estalinistas da Presidência de Morales.

Mas como se vai vendo dos exemplos dos mentores Fidel Castro e Hugo Chavez, o que mais interessa a estes rapaduras do Bloco é mais o ficar na História (uma "certa história" justificadora, veículo e propósito, auto-concebida e auto-escrita) que tratar das mais básicas e gritantes necessidades dos seus povos.

Mas cá estaremos para (continuar a) ver florir estas brilhantes democracias sul americanas.

quarta-feira, abril 26, 2006

 

O Que É Nacional Não É Bom?

O Serviço de Informações de Segurança produziu mais um relatório. (Eu nem sabia que ainda havia disso... O SIS, quero eu dizer!)

Informa ele então que "há cada vez mais jovens a aderir a movimentos nacionalistas".
O que se traduz num "factor de risco efectivo", não sendo porém uma "ameaça para a democracia portuguesa".

O que suscita algumas questões.

1 - Qual o alarme de haver "cada vez mais jovens a aderir a movimentos nacionalistas"? Isso não é bom?
Não passamos uma fase flat e estúpida em que cada vez mais percebemos menos o que temos em comum e o que nos une como povo? Não é bom haver juventude a aderir ao nacionalismo?
2 - Qual a razão aparente para que só o extremismo de esquerda possa vingar em Portugal?
(Ainda estou hoje a tentar perceber como um PSR se sentou no Parlamento democrático do meu País.)
Coitadinho do extremismo de direita, que em Portugal nem direito tem de constituição, associação ou expressão.
Coitadinho.
3 - Qual o motivo para considerar que o "nacionalismo" é um fenómeno "de direita"? (Vão ver à Bolívia e venham cá contar!)
Na volta, as claques de bola estão é a ser infiltradas por trotskistas barbichudos ou por maoístas encadernados.
4 - De que provas complementares precisamos para estabelecer de uma vez a correlação entre a obssessão clubista e a atrofia mental?
5 - Deve falar-se de "factor de risco" quando se fala em grupos nacionalistas?
É que eu conheço essa dos "factores de risco" da alimentação rica em gorduras saturadas... Ou do fumo de tabaco sem juízo. Ou de não beber leitinho na conta devida...
E não quer dizer que se esses grupinhos aumentarem eu passo a ter osteoporose, fico hipertenso ou fico com os dentes amarelos...
6 - Como não são "perigo para a democracia", para a minha democracia diária, movimentos que pregam a segregação e a violência? (Não, por acaso não estava a falar do Bloco de Esquerda, mas é uma associação interessante...)
É que não me livro de um destes dias ser eu "a etnia" ou o "grupo social" brindado no caritativo sorteio caucasiano... E lá estou eu na mira desses democratas.
7 - O que é que eu beneficio - a sério! - em ter ao meu serviço o SIS?
Não, não estou a dizer "ter um Serviço de Informação", estou a dizer... o SIS! e mais as suas brilhantes conclusões, superiormente esgalhadas.

A resposta a estas e outras questões igualmente pertinentes, talvez no próximo relatório.

 

A Melhor Defesa É o Ataque

Notícia hoje posta a correr dá conta de que o Sr. Ministro da Defesa Luís Amado (leia-se "o Governo socialista da Nação") quer vender património do Ministério para compensar custos.

O Sr. Ministro propõe-se elaborar a lista de imóveis que podem ser postos a render na praça...
... E o Sr. Deputado social-democrata "Jorge Neto diz que esta é uma boa medida, mas que o "trabalho de casa" foi feito pelo PSD".

Ora, isto é uma grande palhaçada ou é só impressão nossa?

É que tínhamos ficado com a impressão nítida de que os senhores socialistas abominavam a venda de património aleatória para tapar buracos de orçamento. Ou fomos nós que não percebemos bem?
A rejeição filosófica desta via deu inclusive origem à (já por nós amplamente referida) absurda cifra de Défice Orçamental previsto por este Governo para este ano - sem recorrerem às malfeitorias de tesouraria dos mafarricos dos direitas - sobre a qual têm insistentemente vindo a elaborar discurso.

Bem podem estes gajos destrunfar os eufemismos do "rentabilizar", do "libertar", do "reduzir", "gerir", "integrar", "reequilibrar", "requalificar", ou qualquer outro termo do palavreado de que são cheios e fartos.

O que interessa é o critério com que se diz e se faz.
E até prova em contrário (cada vez mais difícil de fazer) o Sr. Ministro (leia-se "o Governo socialista da Nação") fez o Auto-de-Fé das Receitas Extraordinárias quando lhe conveio e à primeira oportunidade faz igual ou pior do que quem antes esteve.

Não importa se é "correcto ou incorrecto" ir pelo caminho das televendas.
Importa é saber até onde está disposto a ir este Governo para fazer o seu lugar nos limites da decência.

Porque, se o que conta é só o dinheiro, a melhor verba para a Defesa era andar no Ataque.

terça-feira, abril 25, 2006

 

As Bocas da Reacção

Foi outra vez 25 de Abril.
Houve outra vez a habitual parada das carcaças da democracia pelos corredores da Assembleia da República e do País.
Ficámos muito alegretes por um dia.
Amanhã há outra vez banho de realidade na Terra.

Mas assinala-se a primeira empreitada abrílica do novo Presidente da República.
E devo reconhecer (um bocado contrafeito) a qualidade que continua a manter um homem que não vai lá pelo 31-de-boca e se guia pela sua cabeça.
"Cravo na lapela? Vocês são é parvos!"
A festarola fez-se na mesma e quem teve posição a marcar marcou-a.
[Para além do ponto marcado contra a suposta "equipa da casa". ]

Além disto, reacções ao discurso do Presidente da República. As previsíveis.

Dum lado, os "populares" a reconhecer-lhe a importância da temática da inclusão social, os sociais-democratas a acharem actual e oportuna a preocupação social, os socialistas (pela boca do Sr. Primeiro-Ministro) a garagtir que o discurso legitimou as opções já tomadas e a tomar pelo Governo.
Doutro, os comunistas a não largarem o osso estafado das pretensas culpas governativas do agora Presidente da República (pelo que nunca mais será senhor de dizer ou fazer o que quer que seja até à morte), da mudança do modelo económico e social, e da injustiça na repartição da riqueza, e os bloquistas a resistir de pés fincados à ideia do "consenso" nacional (aliás a sobrevivência do Bloco depende de não haver nunca consensos sobre nada).

Apenas como curiosidades maiores, refira-se que Jerónimo de Sousa ficou desencantado porque do discurso não transpareceram novas políticas para alterar o estado das coisas (descobrindo nós que, afinal, Cavaco Silva ainda está no Governo), e que Francisco Louçã considera pouco credível um "pacto nacional" entre todas as forças sociais para resolver o que poder politico não conseguiu (um verdadeiro homem de fé - em si mesmo).

...E a má-criação recorrente (pela escusa de termo menos brando) de as bancadas da Esquerda (a sério) se furtarem repetidamente a aplaudir as intervenções do Presidente da República, uma visita no seu espaço de trabalho (!!...), ali ao vivo e a cores - dissertando neste caso APENAS sobre evidências, como sempre convém à situação.

Diz-se que fica com quem o faz.

segunda-feira, abril 24, 2006

 

Uma Notícia que Espanta

Chegou ao conhecimento deste blog uma notícia que espanta.

Segundo ela, Portugal "não tem capacidade para combater tráfico de humanos".
Segundo um relatório divulgado pela ONU, Portugal não tem os mecanismos certos para combater o tráfico de seres humanos e patati e patatá...
!

Onde é que já se viu este espantoso esbanjamento de recursos dos nossos media?

Num País normal, qualquer órgão de informação teria tido a sensatez de aproveitar a embalagem para dar todas as informações complementares.

A saber: que Portugal não tem capacidade para combater o tráfico de droga, o tráfico de armas, a fuga ao fisco, a pedofilia (a sério, não a "pedofilieta da treta"), a criminalidade violenta, a corrupção, o abuso do álcool, a praga incendiária, que não tem capacidade para se orientar, organizar e governar, que não tem capacidade de aproveitar os seus recursos, que Portugal não tem capacidade de mobilizar e potenciar o seu capital humano, que não tem capacidade de afirmação anímica e muito menos exterior, que não tem capacidade para se auto-analizar sem criar três Gabinetes de Apoio a duas Equipas de Acompanhamento de uma Comissão Especial de Preparação da recolha de informação, que Portugal não tem capacidade para assegurar a sua própria viabilidade.

Uma Informação incompleta, esta...

Mas um País que é o nosso.

 

24, 25, 26 e "Esta Porcaria"

Este é mesmo o País do chinfrim.
Uns começam (são os especialistas).
Outros alardeiam (são os especializados).
Outros metem-se ao barulho (os espigadotes).
E nós a ver. Tristes.

Mas é verdade que a nova "polémica" de João Jardim tem uma forte base de sustentação:
1 - não está a promover nada fora da esfera dos poderes e obrigações de que está investido;
2 - sendo homem livre de pensar e dizer o que bem lhe apetece (...se não lhe dessem tanta corda e houvesse menos histeria seria muito mais fácil apontar-lhe nos momentos certos o que lhe sai de ofensivo, lesivo e intolerável!) está no seu direito de cidadão de o concretizar em palavras e actos;
3 - aquilo que ele diz sobre o assunto em causa é exactamente o que pensa a maioria dos Portugueses anónimos, honrados, fiadores desta República vadia, rôta, trôpega e mal maquilhada.

Confirmemos.

Diz o Sr. Presidente do Governo Regional, das comemorações do 25 de Abril de 1974, que a Madeira é livre de não aderir às tradicionais festividades, por decisão da Assembleia Legislativa da Madeira.
Está certo.

Pretende que a Madeira é livre de não aderir às comemorações, sem ter de se sujeitar aos mimos sentenciosos, recriminatórios, injuriosos, petulantes e inopinados (João Jardim não é o único boçal português...) dos senhores bem-pensantes da Nação, que ao fazê-lo se comportam como "fundamentalistas do regime" que não concebem o desvio à SUA norma.
É verdade.

Afirma que, nos "25s de Abris", Portugal não se interroga SÉRIA, APROFUNDADA E RESPONSAVELMENTE sobre a concretização física na vida do País da bagagem de promessas que uma Revolução trouxe a cidadãos ansiosos, e se encontram 30 anos depois amplamente por cumprir.
Que o País [POLÍTICO] se limita a celebrar oficial, faustosa e obssessivamente figuras vivas que realizaram a Revolução, num ritual de reverência terceiromundista, um ciclo patologicamente fechado sobre um grupo de homens tornado pelo tempo e pelas circunstâncias uma meia-dúzia de garnizés que se bajula mecânica, servil e masturbatoriamente.
Tem toda a razão.

Acusa o País de "estar afogado em problemas" e dever preocupar-se em perceber de que forma uma espécie de "Revolução nunca acabada" em 1974 foi início de um novo ciclo político e simultaneamente origem de deformações sociais de que padecemos ainda hoje, que nos prejudicam e que teimamos em não corrigir.
Quem desmente?

De facto, como defender a razão liminar das "sessões evocativas", do "espectáculo hipócrita" concebido, montado e dirigido a muitos que pouco ou nada fizeram (ou fazem) para que ESTE Portugal se ultrapasse?

O País está reduzido a "esta porcaria", como o homem diz e bem!!
Não adianta ficarmos a contar trocos, a brincar com datas - "24", "25", "26 de Abril", "fascista", "democrata", "tu não festejas", "eu festejo", etc. - como faz o Sr Jacinto Serrão, líder do PS-Madeira.

Portugal precisa cada vez menos de festarolas privadas e cada vez mais de quem dê um murro numa mesa muito mal frequentada, completamente carunchosa e onde um País mal cabe para comer sem miséria.

 

Olha, Afinal o Taliban Sou Eu!...

Após tanta injustiça, de chamar "fundamentalistas", "intolerantes, "brutamontes", "cavalgaduras", a bloggers meus vizinhos, eis que se fez luz!

Não é que o "fundamentalista" sou eu?
É que se ser taliban é estar "contra governos e povos Ocidentais", eu estou lá!

É certo certinho que mais "contra" certos Governos Ocidentais não podia estar e contra aquilo que são ou se tornaram alguns povos Ocidentais, idem!

...Em Lisboa, onde é que se compra um bom turbante?

domingo, abril 23, 2006

 

Comoção Coltural

Alguém que tenha uma ponta de humanidade e espírito cultural não ficou indiferente ao raid da Srª Ministra da Cultura Isabel Pires de Lima a dois serviços pediátricos hospitalares no Dia do Livro.

Contudo, o motivo das visitas ficou carecido de esclarecimento...

A Srª Ministra foi aos hospitais "promover o livro e a leitura junto de crianças hospitalizadas".

Não se percebeu se as "crianças hospitalizadas" (que o são, espera-se sempre, só por meras horas ou dias) têm por princípio algo diferente das outras: se menores recursos económicos ou culturais, se uma menor escolarização ou se menos hábitos de leitura!...
Algo que preocupasse tanto um Ministério que justificava uma "acção de rua" da tão sempre ocupada Srª Ministra da Cultura junto deste "tipo de crianças carecidas de ler".

Devendo haver outra explicação, foi a Srª Ministra da Cultura àqueles hospitais "assinalar o Dia Mundial do Livro"?

Não se percebeu se os hospitais são por excelência locais propícios à leitura ou com um simbolismo literário que escapa à maior parte das pessoas.
...Ou se terá a Srª Ministra apanhado o que estava à mão, num estuporado dum Dia do Livro que calhou ao Domingo não havendo portanto outras criancinhas para chatear, nem em escolas, nem em bibliotecas, ...?

Haveria sempre a possibilidade de justificar a deslocação da Srª Ministra com a "doação de títulos de literatura infanto-juvenil a unidades de Pediatria"...
Mas não podemos crer que este Governo decida casuisticamente! É que a Srª Ministra não foi senão distribuir 200 livros, numa manhã de "trabalho", por dois sítios por onde por acaso passou.
Se tal acontecesse pareceria que a Srª Ministra andava com aqueles livros na bagageira e teve ali uma oportunidade de os despachar! - não pode ser.

Permanecem portanto as dúvidas.

Certo é que quem faz o bem não receia crítica.
A atestá-lo, esteve o comunicado prévio do MC aos media, adiantando a visita mas também a dádiva que haveria de ser feita; notícia por antecipação, aliás, que os media obedientes se deram ao luxo de reproduzir exactamente nesses termos, pondo-nos a Cultura à frente a cano de revólver!

sábado, abril 22, 2006

 

Mai' Nada!

FCP - Campeão Nacional 2005-2006

 

Uma Efemérdia para o Sr. Ministro

17 anos depois do dia dos "Secos e Molhados" (para o nosso povo tudo é paródia...) na Praça do Comércio, repetiu-se a presença de polícias frente ao MAI, descontentes com a forma como o Governo da Nação os trata.

Mas mais "moção reivindicativa", menos "entrega no MAI", foi substancialmente diferente o cenário de hoje.
Não houve confusões nem confrontos com o Corpo de Intervenção da PSP, cães, jactos de água ou bastões, tendo-se tudo passado na paz dos anjos.
É certo a acção reivindicativa de hoje se materializou num desfile (como os organizadores se encarregaram de esclarecer), não uma manifestação!..., que isso era coisa de outros tempos.
Certo, também, é que hoje o "desfile" não contou com a presença de agentes armados, como há 17 anos.
Pelo que não houve necessidade de intervenção para dispersar o protesto.

Hoje os tempos são outros, de serenidade e rosas.

Contudo, lá tem de haver um Ministro PS que borra a bucólica pintura.
No caso, o Sr. Ministro da Administração Interna António Costa, que com a bocarra que se lhe conhece teve de dar largas à sua soberbazinha mal atada.

Quando um cromo como esse, investido das responsabilidades de que está, proclama a propósito:
"A manifestação é-me indiferente" ou que ela é apenas
"o assinalar de uma afeméride", merece(ria) tudo o que num País normal acontece a um político destes.
Mas não sendo esse o nosso caso, pode descansar (como vem descansando há décadas).

Uma nota apenas para os "senhores polícias" (pelo menos alguns)...
Lembrá-los que quando em Novembro de 2004, sob pretexto de insatisfações diversas e similares, se manifestaram com as suas proles por Lisboa, houve quem quisesse apanhar o expresso do chiqueiro e alvitrar que o que se passava era culpa dos malandros do Governo de então - e que como os outros é que eram bons, havia que escolhê-los logo que possível!
E como diz o outro, "cada um tem o que merece".

Para o Sr. Ministro: uma grande efemérdia.

quinta-feira, abril 20, 2006

 

Reacção para Lamentar

Ficaram mais sossegados os cidadãos ao saber que os Srs. Deputados da Nação, seus eleitos e representantes democráticos, reuniram em seminário sob o tema "Ética e Política".
E mesmo que o referido seminário soasse um pouco a Baile Anual da Associaçao Recreativa (realizou-se como comemoração dos 10 anos da Comissão de Ética do Parlamento), foi uma iniciativa digna de louvor.

...Sendo que este seminário teve lugar coladinho à vergonhosa falta de quorum para diversas votações em Plenário, registada com estupefacção pelo País dois dias antes, o que lhe conferiu um simbolismo acrescido.

Mas notável foi a forma como os diversos partidos "com assento" reagiram ao referido vergonhoso episódio, encharcados ainda do espírito ético da participação no encontro.

Antes de todos, reagiu o Sr. Presidente da Assembleia da República Dr. Jaime Gama.
Este Sr., já chamado "Peixe de Águas Profundas" ( "Limpa-Fundos", para os amigos), desafiou os Deputados a propor reformas para o seu regime estatutário, aproveitando a maré reflexiva.
Mais. Achou o Sr. que os líderes parlamentares deveriam aproveitar a oportunidade do colóquio "para transporem para a opinião pública as ideias que têm sobre estas matérias e as propostas concretas de reforma que serão capazes de apresentar". Isto é, deveriam, em vez de aproveitar o momento conjunto de auto-reflexão (?), aplicar-se a passar as suas mensagens publicitária individuais para o público atento!
GANDA ÉTICA!!

Regiu também o líder da maioria PS, Dr. Alberto Martins.
Propõe o Sr. que o Parlamento tenha menos sessões plenárias por semana (isto é, daquelas cujas presenças foram controladas!!) "e que estas sejam reservadas para o debate mais político, sem debates extremamente técnicos, jurídicos, legislativos". Que as sessões plenárias devem ser dedicadas ao "debate que privilegie a oralidade, a reflexão espontânea e o confronto".
O que interessa manter no Hemiciclo é portanto a "converseta", a "boca mandada" e a "porrada".
Ou seja, fica no Hemiciclo a lavagem de roupa suja politico-partidária e para as Comissões Parlamentares o debate estruturado e aprofundado (?...).
GANDA DIGNIFICAÇÃO DO PARLAMENTO AOS OLHOS DO CIDADÃO!!

Reagiu também o líder da bancada PSD, Dr. Guilherme Silva, Vice-Presidente da AR.
Segundo este Deputado, os responsáveis pelo sucedido são os Deputados... porque não assumiram que era melhor ter fechado o estaminé durante a Semana Santa!! - o que até era hábito acontecer.
Em contrição, analiza: "E depois ficamos admirados quando temos este resultado dos deputados não estarem lá. Fizemos tudo para que isso acontecesse". E tem toda a razão. Em qualquer local de trabalho só se contabilizam faltas se se estiver em laboração! Se o estaminé estiver fechado, não há faltas!!
Este homem é um génio!
Segundo o Sr., os deputados só não tomaram a decisão de fechar o Parlamento porque não quiseram ser rotulados como "malandros".
(Estratégia de total sucesso, aliás. Hoje, de facto, não são rotulados de"malandros"; são-no de "malandros baldas".)
GANDA SERIEDADE!!

Os Srs. continuam a achar que são uns sacrificados por estar onde estão...
E nós continuamos contentes, com estes ricos momentos de reflexão (?) em que se acaba ainda pior do que se começou.

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